quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Grupo Alemão quer explorar ouro numa área que abrange os municípios de Itaporanga, Piancó, Igaracy e Aguiar; Empresa multinacional All Ore Mineração, realizou estudos preliminares, e planeja iniciar sondagem da área nos próximos meses
A
empresa multinacional alemã All Ore Mineração quer explorar ouro no
Sertão da Paraíba. O comunicado oficial da empresa explicou que, após
estudos preliminares, foram encontrados resultados satisfatórios em ouro
ao longo de 24 km numa área que abrange os municípios de Igaracy,
Piancó, Aguiar e Itaporanga. Ao todo, foram identificados seis alvos
pelo 'Projeto Igaracy 1'. Segundo texto, a mineradora planeja iniciar,
agora, campanha de sondagem da área nos próximos meses.
Os
resultados das amostras de solo do primeiro alvo (Alvo Damião)
apresentaram anomalias (presença) para ouro ao longo de mais de 1.200
metros de profundidade. O que significa, segundo o pesquisador e geólogo
Aderaldo Ferreira, que foram identificadas concentrações do minério que
exigem um nível de pesquisa mais avançado. “Se os estudos apontam para
um resultado satisfatório, surge a necessidade de maiores investimentos
para aprofundar as pesquisas para depois partir para a exploração, mas,
até lá, leva um tempo”. Segundo a mineradora, as amostras de solo
coletadas nos outros cinco alvos estão no laboratório em processo de
análise.
Para o engenheiro de minas, José
Soares Brito, esse tempo pode durar de cinco a dez anos. “A sondagem é a
segunda parte do processo e passar para ela não quer dizer que exista
uma reserva. No entanto, se houver novos resultados positivos, vem o
cálculo da reserva de minério e o estudo de viabilidade de extração. Por
isso uma boa pesquisa leva anos para terminar. É um processo delicado,
mas o Estado tem, sim, um potencial e esperamos que eles encontrem
bastante ouro na Paraíba”, diz. No relatório dos estudos, a empresa
registra a área do município de Igaracy como tendo excelente logística
para a exploração, em virtude do acesso pavimentado.
A All Ore acrescenta que há 39
pedidos de exploração para uma área adjacente ao 'Igaracy 1', de
aproximadamente 64 mil hectares. Outro ponto a favor da cidade paraibana
é a distância de 180 quilômetros e de 310 quilômetros para os
aeroportos de Juazeiro do Norte, no Ceará, e de Campina Grande,
respectivamente. A multinacional classificou como 'bastante
satisfatórios' os estudos de geoquímica e geofísica do projeto paraibano
e apresentou ainda uma foto na qual havia minério contendo ouro em
filão de quartzo na área de Igaracy.
A All Ore Mineração, companhia
controlada por investidores alemães, é a antiga Steel do Brasil. Em
junho, a All Ore comprou a Zanka 06 para obter os nove alvarás de
pesquisa de ouro na região de Igaracy, na Paraíba. Em junho, ela
anunciou dois novos contratos. A compra de áreas de pesquisa de ouro
estimadas em 25 mil hectares no rio Tapajós, no Pará. Sobre o potencial
geológico, o relatório do Projeto Igaracy 1, da All Ore, diz que a
região paraibana possui um histórico de produção informal de ouro e
potencial geológico, avaliado pela mineradora Coffey.
Segundo o pesquisador Aderaldo
Ferreira, a exploração de ouro na Paraíba tem potencial antigo. “A
atividade começou mesmo na segunda metade do século 19, em Princesa
Isabel. Mas até hoje se garimpa ouro no Estado. Em 1941, começaram a
explorar a Jazida de Itajubatiba que rendeu uma enorme quantidade de
ouro que até hoje não se sabe quantas toneladas”, acrescenta. Para o
auditor fiscal e estudioso Jamaci Rocha, o grande problema da exploração
do minério na Paraíba está relacionado à produção informal, citada no
relatório da All Ore. “Há ouro aqui, mas por falta de cuidado
administrativo, digamos assim, esse garimpo vive na informalidade”,
conclui.
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