domingo, 27 de janeiro de 2013




Em se tratando de Ricardo Coutinho, Campina teve até o final de 2012 um namorado ciumento. Com o fim do namoro, ela se colocou mais acessível ao governo e ao governador. O flerte ainda é incipiente, mas ninguém que analise o jogo das relações políticas na Paraíba pode dizer que a relação entre Ricardo Coutinho e Campina Grande, que já atingiu níveis quase abaixo de zero, não está melhorando.

Começou antes mesmo de Romero Rodrigues (PSDB) tomar posse, em que pese o prefeito tucano ser, do ponto de vista administrativo, porque no campo político o título ainda é de Cássio Cunha Lima, o principal cupido dessa relação. Foi quando Ricardo, pra frustração da oposição, nomeou o primeiro colocado na consulta interna da UEPB, professor Rangel Júnior, para reitor da instituição.

O respeito ao processo democrática de uma instituição que tem a cara e o coração de Campina Grande fez a Rainha da Borborema piscar o olho e sorrir levemente. Estimulado pelo resultado da investida, Ricardo, que passou toda a campanha longe de Campina pra evitar atrapalhar os planos de Romero, avançou livremente.

Somente este ano já foi três vezes a Campina Grande. É quase o número de vezes que se permitiu ir durante todo o ano de 2012. Uma vez pra fechar parceria do DER com a prefeitura no sentido de tirar a cidade da buraqueira, outra pra inaugurar a avenida Almeida Barreto e ontem para entrega de unidades da polícia solidária.

Daqui de João Pessoa, mesmo sem estar lá, mandou presente à Rainha ao incluir a reforma do Cine Municipal dentro do projeto de execução do Espaço Cultural.

Não que não tivesse oferecido mimos à Rainha nos primeiros anos de governo. Mas é que o ciúme os escondia. Inteligente, Romero sabe que permitir o namoro do governo com Campina trará benefícios à cidade e dará a sensação que a vida do campinense mudou pra melhor desde que ele botou os prés na prefeitura.

Ontem, ao chegar no local do evento, depois do incidente com avião, Ricardo foi aplaudido como, talvez, ainda não tivesse em Campina Grande. Com a abertura de Romero, que parece aprovar o namoro, e o desejo do governo, a relação tende a produzir cenas ainda mais “românticas”.

É visível que a frieza de outrora de Campina Grande, vaidosa e exigente por si mesma, já vai degelando e permitindo mais calor na relação com o governo. Queiram ou não queiram seus outros amantes.
Luís Tôrres

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