Padre Djacy pede socorro para os sertanejos em carta enviada ao ex-presidente Lula
Religioso defendeu a conclusão da transposição do Rio São Francisco como obra essencial para amenizar o problema da seca
O padre Djacy Brasileiro escreveu carta aberta para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relatando o drama vivido pelo povo sertanejo em decorrência da forte seca que assola o Nordeste. “Há um cenário sombrio, desolador, porque não dizer cenário de morte? E a cada dia que passa, essa situação vai ficando dramática, calamitosa, deixando os sertanejos desesperados, angustiados, revoltados”, diz o religioso em trecho do documento.
Ele pede ainda que o ex-presidente Lula interceda em Brasília pela conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco. “Diga à presidente da república o seguinte: Dilma, os sertanejos precisam urgentemente de água. Eles querem a transposição de águas do rio São Francisco. É questão de vida ou morte”, conclui.
Confira a carta na íntegra:
Lula, nosso ex-presidente da República, se possível, leia esta cartinha. Trata-se de um pedido de socorro feito pelas vítimas da seca, do sertão nordestino. Afinal, o senhor é nosso conterrâneo.
Conterrâneo Lula, o sertão nordestino está mergulhado numa seca braba, cruel, cujas consequências são devastadoras. Há um cenário sombrio, desolador, porque não dizer cenário de morte? E a cada dia que passa, essa situação vai ficando dramática, calamitosa, deixando os sertanejos desesperados, angustiados, revoltados.
Conterrâneo Lula, os sertanejos sofrem com as consequências nefastas desta seca terrível, principalmente no que diz respeito à falta de água. Ontem, um pai de família dizia-me: “padre, se não chover para o ano, vou embora para São Paulo, porque não vou matar minha família de sede. Pelos menos lá em São Paulo ,a gente tem água pra beber,lá ninguém morre de sede. Minha família está morrendo de sede.”Sua voz estava embargada e seus olhos lacrimejados.
Conterrâneo Lula, neste ano, nada de colheita. Os agricultores não colheram nada, nem milho,nem feijão,nem arroz,nem jerimum etc. Tudo é comprado graças ao dinheiro proveniente dos programas sociais do governo federal: bolsa família,bolsa escola.As vítimas da seca ainda podem contar com essa ajuda. Caso contrário, saques e outros atos similares, com consequências graves, estariam acontecendo.
Conterrâneo Lula, o sertão tornou-se palco de carniça, pois, por onde andamos, não vemos outra coisa a não ser animais mortos,uma demonstração visível da crueldade desta estiagem duradoura que castiga impiedosamente este pedaço chão nordestino.O sertão está mergulhado num grande flagelo,e os sertanejos se agonizam,pedindo socorro.
Conterrâneo Lula, expus toda essa realidade atual do sertão nordestino, de modo particular do sertão paraibano, para, em nome de milhares de sertanejos, pedir, até pelo o amor de Deus, que use de sua força política e moral, para pedir à presidente Dilma, pela transposição de águas do rio São Francisco, já que se trata de um projeto que poderá amenizar os efeitos catastróficos da seca.
Conterrâneo Lula, para os milhares de sertanejos, a transposição será uma das melhores alternativas para amenizar seu drama, em tempo de seca ou não. Recebendo as benditas águas do velho Chico, o sertão transformar-se-á num novo cenário: haverá água para o consumo humano e animal, prioridade das prioridades.
Querido Lula, os sertanejos têm certeza que o senhor, como homem nordestino, que sabe o que é seca com suas consequências terríveis, que tem espírito solidário, humano e cristão,haverá de ouvir os seus pungentes clamores, e ouvindo essas vozes clamorosas vindo do sertão paraibano, haverá de clamar à Dilma pela transposição.
Lula, faça isso, dê uma palavra por esses milhares de conterrâneos sedentos, aflitos, desesperados. Diga à presidente da república o seguinte: Dilma, os sertanejos precisam urgentemente de água. Eles querem a transposição de águas do rio São Francisco. É questão de vida ou morte.
Aqui está o grito do povo sedento, clamando por água: Lula, peça à Dilma por nós.
Pedra Branca-PB, 22 de outubro de 2012.
Padre Djacy Pereira Brasileiro, em pleno sertão paraibano.
WSCOM Online
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