Supremo decide que empate favorece o réu e livra três acusados no mensalão
João Magno, Paulo Rocha e Anderson Adauto estavam na berlinda por uma única acusação e foram absolvidos; outros quatro réus foram liberados de parte das acusações
O STF decidiu nesta terça-feira, em sessão extra do julgamento do mensalão
, que os empates favorecem os réus e, com isso, beneficiou sete acusados
de envolvimento no esquema de compra de apoio político desvendado no
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desses, três foram
absolvidos no processo porque não foram condenados por nenhum outro
crime: o ex-ministro Anderson Adauto (Transportes) e os ex-deputados
João Magno (PT-MG) e Paulo Rocha (PT-PA).
Os empates aconteceram na análise do crime de lavagem de dinheiro. Só José Borba (PR), ex-líder do PMDB, já foi condenado por corrupção passiva.
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Celso de Mello concordou com Britto e disse que sua posição do presidente se encontra amparada não só na Constituição, mas também no Código Penal. "Essa regra, ainda que editada sob regime autoritário, do Estado Novo de Vargas, ela tem o conforto de um princípio básico que consagra entre nós: da presunção de inocência."
Outros ministros seguiram os argumentos de Mello e Ayres Britto. O único que discordou foi o ministro Marco Aurélio Mello. Para ele, deveria prevalecer o voto de qualidade, quando compete ao presidente do STF resolver o impasse, tese que não prosperou. "Fico feliz de não ter que proclamar esse voto de minerva. Esse é um voto que me enerva", brincou Ayres Britto.
A discussão ocorreu no STF porque a Corte está com um integrante a menos desde a aposentadoria de Cezar Peluso no fim de agosto, quando completou 70 anos. O novo ministro Teori Zavascki já foi sabatinado no Senado, mas ainda aguarda a aprovação do plenário.
Os empates aconteceram na análise do crime de lavagem de dinheiro. Só José Borba (PR), ex-líder do PMDB, já foi condenado por corrupção passiva.
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Também foram beneficiados, desta vez na análise
do crime de formação de quadrilha, o deputado federal Valdemar Costa
Neto (PR-SP), o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e Vinicius
Samarane, ex-diretor do Banco Rural. No entanto, os três foram
condenados por outros crimes. Costa Neto e Lamas por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro; Samarane por lavagem de dinheiro e gestão
fraudulenta.
Logo no início da sessão, o presidente do STF, Carlos
Ayres Britto, defendeu o critério de benefício ao réu, o chamado "in
dubio pro reo", para os sete casos de empate no julgamento. "Diante do
empate, o tribunal se vê dividido, e não na posse de sua inteireza, da
sua unidade. Unidade que somente se obtém pela aplicação do princípio da
maioria dos votos."Celso de Mello: 'Um dos episódios mais vergonhosos da história política do País'
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Celso de Mello concordou com Britto e disse que sua posição do presidente se encontra amparada não só na Constituição, mas também no Código Penal. "Essa regra, ainda que editada sob regime autoritário, do Estado Novo de Vargas, ela tem o conforto de um princípio básico que consagra entre nós: da presunção de inocência."
Outros ministros seguiram os argumentos de Mello e Ayres Britto. O único que discordou foi o ministro Marco Aurélio Mello. Para ele, deveria prevalecer o voto de qualidade, quando compete ao presidente do STF resolver o impasse, tese que não prosperou. "Fico feliz de não ter que proclamar esse voto de minerva. Esse é um voto que me enerva", brincou Ayres Britto.
A discussão ocorreu no STF porque a Corte está com um integrante a menos desde a aposentadoria de Cezar Peluso no fim de agosto, quando completou 70 anos. O novo ministro Teori Zavascki já foi sabatinado no Senado, mas ainda aguarda a aprovação do plenário.
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