sábado, 23 de fevereiro de 2013



O governo Ricardo Coutinho (PSB) entrou em 2013 com uma meta política prioritária: ampliar a base de apoio na Assembleia Legislativa. Não à toa. Desde os tempos de Montesquieu, governos que possuem maioria no Poder Legislativo respiram melhor e caminham mais rápido, porque não governam sob o peso de uma numerosa bancada oposicionista.

Na luta pra reduzir tal fardo, o líder do governo, Hervázio Bezerra (PSDB), trabalhou intensamente no recesso e considera que a bancada de apenas 13 dos 36 deputados é passado. Já contabiliza 17 aliados e faz projeções pra chegar a 19 em breve, apesar de não ter passado por um teste na prática para confirmar os números que ostenta.

Apesar dos esforços, há ainda muito caminho pela frente.

Levantamento feito pelo blog, diretamente nas redações e assembléias legislativas do Nordeste, revela que a bancada do governador Ricardo Coutinho na Assembleia Legislativa, mesmo levando em consideração os números anunciados pelo líder governista, ainda é, proporcionalmente, a segunda menor do Nordeste.

Só perde para o governador de Sergipe, o petista Marcelo Déda (foto abaixo), que enfrenta uma situação muito delicada, possuindo o apoio de apenas nove dos 24 deputados sergipanos. Lá, o governador também já teve a maioria, mas disputas pela presidência da Assembleia e outros fatores levaram à redução da base aliada, que ele também pretende recuperar.

No ranking do Nordeste, atualmente, apenas Ricardo Coutinho e Marcelo Deda não tem a maioria no Poder Legislativo, governando com menos 50% dos deputados em exercício. Números que, ao menos na Paraíba, o governo está otimista em superar. Não quer que a Assembleia seja empecilho para o avanço da gestão.

Governador do Piauí bate Eduardo Campos

Situação totalmente inversa vive hoje o governador do Piauí, o socialista Wilson Martins (na foto ao lado). Ele é, entre os governadores do Nordeste, o que possui a maior bancada governista, batendo, inclusive, o “presidenciável” Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB.

Martins tem apenas um deputado contra seu governo na Assembleia. Isso mesmo. Dos 30 deputados, 29 fazem parte de sua bancada, segundo informações da imprensa local. Pode dormir tranqüilo em noites que antecedem votações de matérias do governo.

Com avaliação acima da média nacional, o festejado governador Eduardo Campos ostenta a medalha de prata.

Oficialmente, ele possui 40 dos 49 deputados pernambucanos. Mas só oficialmente, porque, na prática, conta sempre com mais votos do precisa.

Na última quinta-feira, por exemplo, enquanto conduzia a reunião com os prefeitos pernambucanos, a oposição fazia visita ao canteiro de obras de um novo presídio no estado. Apenas três deputados oposicionistas fizeram a visita. Os outros seis preferiram participar do encontro com Campos.

De acordo com levantamento, o PSB de Campos ocupa as três posições do pódium. A terceira maior bancada governista é a do também socialista Cid Gomes, governador do Ceará. Possui mais de 84% dos deputados estaduais em sua base. São 39 dos 46 deputados cearenses rezando na cartilha de Cid.

Os governadores Teotônio Vilela, Alagoas, Roseana Sarney, Maranhão, e Jaques Wagner, Bahia, também não tem do que reclamar, nem podem culpar as assembleias por eventuais obstáculos ao avanços das gestões. Possuem maioria folgada nas assembléias legislativas de seus estados.

Dentro da lista dos que possuem maioria, mas com sinal de alerta ligado, apenas a governador Rosalba, do Rio Grande do Norte. Ela tem 15 dos 24 deputados estaduais. Um número bom, mas que não permite ausências em plenário em dias de votações importantes para o Poder Executivo. Tanto que amargou recentemente algumas derrotas em plenário, em votação do orçamento e dos vetos do executivo.


Abaixo, veja o tamanho das bancadas governistas em cada estado do Nordeste:


Piauí – 29 deputados (96% dos 30)
Pernambuco – 46 deputados (93% dos 49)
Ceará – 39 deputados (84% dos 46)
Alagoas – 22 deputados (81% dos 27)
Maranhão – 34 deputados (80%dos 42)
Bahia – 48 deputados (71% dos 63)
Rio Grande do Norte – 15 deputados (62% dos 24)
Paraíba – 17 deputados (47% dos 36)
Sergipe -9 deputados (37% dos 24)

Luís Tôrres

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