Prof. Leonardo Castro
A Guerra Fria
Após 1945, a oposição entre socialismo e capitalismo foi levada ao extremo, numa bipolarização política, ideológica e militar.
Após 1945, a oposição entre socialismo e capitalismo foi levada ao extremo, numa bipolarização política, ideológica e militar.
Charge satirizando a bipolarização mundial durante a Guerra Fria, década de 1960.
Logotipo da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial. A imagem, ao centro, os Estados Unidos e a União Soviética, enfatizando a bipolarização e a disputa pela hegemonia mundial durante a Guerra Fria.
O presidente Harry Truman estabeleceu a Doutrina Truman
(1947) para combater o comunismo e a influencia soviética,
oficializando a Guerra Fria. O secretário de Estado, George Marsahl
lançou o Plano Marshall (Marshallplan), um programa de investimentos e de recuperação econômica para os países europeus em crise após a guerra.
Pôster do Plano MArshal - "Qualquer que seja o tempo, nos so conseguimos o bem estar juntos".
Trecho do Documento do Plano Marshall.
Texto e Contexto
Plano Marshall
“Para promover a paz mundial e o bem-estar geral, as nações interessadas, e a política externa dos Estados Unidos, econômica, financeira e outras, farão os esforços necessários à manutenção no estrangeiro de condições nas qual instituições livres podem sobreviver e com consistência a manutenção da força e estabilidade dos Estados Unidos.”
“Para promover a paz mundial e o bem-estar geral, as nações interessadas, e a política externa dos Estados Unidos, econômica, financeira e outras, farão os esforços necessários à manutenção no estrangeiro de condições nas qual instituições livres podem sobreviver e com consistência a manutenção da força e estabilidade dos Estados Unidos.”
A União Soviética criou o Kominform, órgão para realizar a união dos partidos comunistas europeus e tirar de sua área de supremacia a influência americana, criando a “cortina de ferro”.
Em 1949 foi criado o Comecon, um plano para buscar a integração econômica-financeira dos países socialistas.
Em 1948, com o revigoramento da Alemanha Ocidental, a União Soviética impõe um bloqueio terrestre à cidade de Berlim. Em 1949, eram instituídas as duas Alemanhas: a ocidental, República Federal da Alemanha, e a oriental, República Democrática Alemã.
Em 1961 foi construído o Muro de Berlin, separando a cidade e tornando-se símbolo da Guerra Fria.
Parte do Muro de Berlim nos anos 1980.
Em 1949, foi criado a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
uma aliança político-militar dos países ocidentais, composta
inicialmente pelos Estados Unidos e os países da Europa ocidental,
opondo Ocidente à União Soviética.
Em 1955, a União Soviética cria o Pacto de Varsóvia,
que unia as forças do bloco comunista, principalmente dos países da
Europa oriental (Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental,
Polônia, etc).
As relações
internacionais bipolarizadas apresentaram nas décadas de 1980 e 1990 um
comportamento pendular, ora com agravamentos, ora com o apaziguamento.
O
fim da Guerra Fria se deu diante da queda do Muro de Berlim em 1989, e
com o fim oficial da própria União Soviética, em 1991, pondo fim ao
bloco socialista.
A Revolução Chinesa
Em 1911 foi proclamada a República Chinesa, com um governo republicano liderado por Sun Yat-Sem, do Partido Nacionalista (Kuomintang). A partir de 1925, Chiang Kai-shek assumiu o comando das tropas do Kuomintang e iniciou uma política agressiva contra o Partido Comunista Chinês (PCC), sob a liderança de Mao Tsé-tung.
Mao
Tsé Tung aqui representado com o seu camarada e sorridente Biao num
cartaz alusivo a mais uma das maravilhosas conquistas da Marcha dos 100
dias e da Revolução Chinesa.
Após
a Segunda Guerra Mundial, Chiang Kai-shek decreta uma mobilização
nacional a fim de eliminar o “perigo vermelho”, com o apoio dos
norte-americanos, eclodindo uma guerra civil.
Em 1949, o exército do PCC
ganhou terreno e entrou vitorioso em Pequim, proclamando a República
Popular da China. Chiang Kai-shek e seus seguidores refugiaram-se na
ilha de Formosa (Taiwam), onde instalaram o governo da China
Nacionalista.
O PCC aproximou-se da União Soviética, assinando um tratado com Stálin – o Tratado de Amizade, Aliança e Ajuda.
O governo chinês nacionalizou as indústrias e realizou a reforma
agrária. Buscou-se o fim do capitalismo com a expropriação da burguesia e
com um movimento cooperativo no campo.
Em 1962, a o PCC rompeu com o PCUS (Partido Comunista da União Soviética), quando o PCC acusou os soviéticos de estarem modificando as teses marxistas originais.
Após a morte de Mao Tsé-tung, assumiu o governo Deng Xaioping,
que priorizou as quatro modernizações: o desenvolvimento da
agricultura, da indústria, da defesa e das áreas da ciência e
tecnologia, atraindo investimentos para a China promovendo o crescimento
econômico chinês nas décadas seguintes.
A Revolução Cubana
Cuba
após a independência em 1898, foi governada por ditaduras e com forte
influência norte-americana. Os Estados Unidos conseguiram incluir na
Constituição cubana (1901) a Emenda Platt,
que admitia a possibilidade de uma invasão americana, além de receber
uma área – a baía de Guantanamo –, ainda hoje uma base militar.
Em 1950, a oposição à ditadura de Fulgêncio Batista surgiu através de movimentos guerrilheiros, sob a liderança de Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara. Derrotado, o ditador fugiu de cuba.
Ernesto Che Guevara e Fidel Castro, 1961.
O
novo governo revolucionário de 1959, definiu uma política de mudanças
que confrontaram os interesses norte-americanos em Cuba. A realização da
reforma agrária e a nacionalização de refinarias de açúcar e industrias
– a maioria de americanos – os Estados Unidos suspenderam a importação
do açúcar cubano. Os cubanos buscaram um novo mercado, com os
soviéticos.
Num mundo bipolarizado, os
Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Cuba durante o governo
de John Kennedy e tentaram invadir Cuba (episódio da Baía dos Porcos)
para derrubar Fidel Castro sem êxito. Diante disso, Cuba entrou para o
bloco socialista levando a apoiar movimentos guerrilheiros na América do
Sul, levando os americanos a apoiarem golpes militares no continente.
Guerra e revolução no Vietnã
A
Indochina, formado pelo Laos, Camboja e Vietnã, foi domínio francês
desde Napoleão III (1860). Durante a 2ª Guerra Mundial foi dominada
pelos japoneses. Em 1945 após a Guerra, Ho Chi-minh proclamou a
independência do Vietnã, e passou a apoiar os guerrilheiros do sul, os
vietcongs, para a unificação nacional.
Em meio a polarização da Guerra Fria, os norte-americanos apoiaram o governo do Vietnã sul, iniciando uma luta armada. Em 1965, o presidente americano Lyndon Johnson decidiu pela intervenção total no Vietnã do Sul enviando tropas americanas, além de bombardear o Vietnã do Norte.
No governo de Richard Nixon, adotou-se a “vietnamização da guerra”, a retirada das tropas americanas, e com o apoio militar aos sul-vietnamitas.
Em 1975, Saigon, capital do Vietnã do Sul, caía nas mãos dos norte-vietnamitas e vietcongs, permitindo a reunificação do país, proclamando-se a República Socialista do Vietnã.
Guerra e revolução em Angola
As
colônias portuguesas foram as que mais tardiamente conquistaram a
independência, após 1970 com a derrubada da ditadura portuguesa.
Em Angola, o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), fundado em 1956 por Agostinho Neto, iniciou um movimento guerrilheiro contra o colonialismo salazarista. A Revolução dos Cravos
(1974), que derrubou a ditadura fascista portuguesa, propiciou a
assinatura do Acordo de Alvor, marcando a libertação angolana para 1975.
Agostinho Neto.
Ocupando
Luanda, a capital, o MPLA proclamou a independência, e angola passou a
ser governada por Agostinho Neto, obtendo apoio do bloco socialista e de
Cuba.
Após a independência, enfrentando
crises econômicas nas décadas seguintes, Angola nos anos 1990 viu-se
diante de uma interminável guerra civil, agravando mais ainda a miséria
no país.
A Nova ordem econômica internacional
Com
o fim do bloco socialista, instaurou-se uma nova ordem mundial com a
completa hegemonia da ordem capitalista. Esta passou a uma nova etapa
econômica e produtiva liderada por grandes conglomerados empresariais,
possuidores de enormes volumes de capitais.
Passou-se a globalização do mercado, com a irradiação dos negócios mundiais, estimulando a formação de blocos econômicos, associações de livre mercado que derrubaram antigas barreiras protecionistas, principalmente a partir da década de 1990.
À frente dessas organizações está a NAFTA (North American Free Trade Agreement – Acordo Norte-americano de Livre Comércio), sob a liderança dos Estados Unidos e envolvendo o Canadá e o México, a UE (União Européia), tendo a economia alemã a mais forte, o bloco do Pacífico, a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), sob comando do Japão e o Mercosul Mercosul (Mercado Comum do Sul), formado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Logotipo do NAFTA.
Países que compõem o NAFTA.
União Européia.
Logotipo do Bloco do Pacífico.
Logotipo do Bloco do Pacífico.
Logotipo do Mercosul.
A principal força do capitalismo coube ao G7 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão), grupo dos países ricos.
Acrescentou-se
a limitação dos gastos governamentais, com a prevalência da economia de
mercado. A busca de um “Estado mínimo” para a não intervenção na
economia ocasionou a diminuição dos gastos públicos com saúde, educação e
outras políticas sociais. Com a nova lógica capitalista ganhou força as
privatizações, com a venda das empresas estatais de diversos países.
Em meio à globalização econômica, a nova ordem mundial passou a gerar mais desigualdades socioeconômicas.
De um lado, os países capitalistas desenvolvidos dos três principais
blocos econômicos (NAFTA, União Européia e bloco do Pacífico). Do outro,
os países subdesenvolvidos, em sua maioria situados no hemisfério sul,
com graves crises socioeconômicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário