quarta-feira, 15 de maio de 2013



REFORMA RELIGIOSA E A CONTRA-REFORMA


Objetivo:

Mostrar o porquê  do aparecimento de novas religiões, quais foram os motivos que levaram pessoas de importância, como reis e nobres a questionarem o poder da igreja. E também qual foi a reação da igreja ao surgimento de outras religiões.

Pré-requisito:

Ter lido a lição pensamento e cultura medieval, para poder entender as mudanças ocorridas na sociedade moderna.

REFORMA RELIGIOSA

A reforma religiosa, pode-se dizer que foi um movimento ou até mesmo uma revolução religiosa. Onde o poder total da igreja foi questionado, desafiado. Será que tudo que era dito pela igreja era verdadeiro? Deveria ser seguido cegamente, sem perguntas?

Essa situação ocorreu durante o séc. XVI, onde novas religiões cristãs surgiram.

A religião dominante começa a sofrer divisões. Esse aparecimento de novas religiões abalou a supremacia política e espiritual da igreja católica e a autoridade do Papa. Por isso o termo Reforma. Foi uma verdadeira reforma no lado mais importante de uma sociedade: o religioso.

A “reforma” , ou seja, o surgimento de novas religiões, não passou despercebido para a igreja católica. A reação católica a reforma foi chamada de CONTRA-REFORMA. Afinal uma instituição soberana não se deixaria vencer tão fácil.!

Essas crises marcaram também a passagem do feudalismo para o capitalismo.

Quando o império romano acabou , a igreja assumiu o papel público na educação, justiça e economia. Com todas essas funções seria lógico que nem todos concordariam com a união :estado e igreja.

A reforma, na verdade serviu para ajustar a sociedade ao modelo capitalista. Moldá-la aos novos ideais e valores, além das transformações econômicas da Europa.

QUAIS OS PRINCIPAIS MOTIVOS DA REFORMA??

Um motivo não foi só novas idéias. Mas a análise da conduta dos representantes da igreja. Muitos destes aproveitavam-se de seus cargos e do conceito popular de que eram intercessores  dos homens perante Deus, para abusar dos seus privilégios, enriquecer e entrar na política. Toda essa má conduta serviu para estimular a divisão da religião.

Outro motivo foi na formação das monarquias nacionais, onde a igreja passou a ser encarada como barreira ao progresso econômico. Porque a igreja possuía muitas propriedades em vários países, que na época pagavam tributo a Roma. Mas com a queda de Roma, as monarquias começaram a desenvolver-se e uma consciência nacional começou a surgir, fazendo que o poder do rei ficasse em oposição ao da igreja.

Na economia, as teorias de condenação a usura, ou seja, a cobrança de juros, ia de encontro com a atividade bancária.

Na conduta, houve uma crise moral, que serviu como motivo para a reforma. Já que “eles pregavam, mas eles próprios não praticavam”. Essa corrupção moral atingia a todos os nível clericais.

Resumindo: a igreja deu motivos para uma divisão: vida sem regras, luxo do clero, venda de cargos, relíquias sagradas e indulgências( perdão papal pelos pecados).

Houve também o aparecimento de heresias e a oposição dos humanistas.

As heresias tinham idéias que eram contrárias a muitos dos ensinamentos da igreja. Além de atrair muitos adeptos que ansiavam por uma melhora.

Os humanistas também passaram começaram a criticar as atitudes da igreja.

Alguns destes foram: Erasmo de Roterdã, Thomas Morus, John Wyclif e John Huss. Os dois primeiros incentivavam uma reforma interna e depuração das práticas eclesiásticas.

John Wyclif, um professor universitário, atacou o sistema eclesiástico, a opulência do clero e a venda de indulgências. Para ele a base da verdadeira fé era a Bíblia. Além disso ele pregava o confisco dos bens dos clérigos na Inglaterra e o voto de pobres por parte deles.

John Huss era da universidade de praga, uniu à reforma religiosa o espírito de independência nacional do Sacro Império. Ele ganhou adeptos, mas ele foi preso, condenado e queimado na fogueira em 1415, pela decisão do concílio da Constança.

Acabou se tornando herói e símbolo da liberdade política e religiosa.

ONDE A REFORMA SE DESTACOU??

ALEMANHA

a origem da reforma

A Alemanha era uma região feudal e com comércio ao norte. Mas a igreja era dona de mais de um terço da região. Seus clérigos não tinham um bom comportamento e os nobres tinham interesses em suas terras. Esses fatores foram de importância para o desejo de autonomia em relação a Roma.

Martinho Lutero, era Frade agostiniano (1483- 1546) e não concordava com muitas coisas do alto clero, entre elas:

» o interesse sobre a economia e a riqueza feudal;
» o péssimo comportamento dos clérigos, que abusavam do seu poder;
» o afastamento da doutrina, dos textos sagrados;

ele começou a se manifestar na universidade de Wittenberg, Saxônia. Os pontos altos de sua doutrina foram:

» a salvação pela fé;
» a bíblia pode ser interpretada livremente;
» sacramentos importantes: batismo e eucaristia;
» a única verdade é a Escritura Sagrada;
» proibição do celibato clerical e o culto de imagens;
» submissão ao estado;

Claro que  com essas idéias Martinho Lutero não passou despercebido. Em 1517, fixou as 95 Teses na porta da igreja . essas teses mostravam suas críticas e a nova doutrina.

Em 1521, Lutero foi excomungado pelo Papa Leão X, por meio de uma Bula papal, onde havia a ameaça de heresia. Mas a resposta de Lutero foi bem prática: queimou a bula em praça pública!

Lutero, mesmo perseguido, teve apoio da nobreza alemã. Que tinha forte interesse político e econômico na reforma. Visto que esta reforma liberaria os bens da igreja ao poder da nobreza.

O luteranismo se expandiu rapidamente. Mesmo em paises fortemente católicos, como Espanha e Itália.

Em 1530 , Lutero e o teólogo Filipe Melanchton escreveram a  confissão de Augsburgo, base da  doutrina luterana. Nesta época, um quarto da Antuérpia era luterana. Quando Carlos V, imperador Alemão , não quis oficializar o luteranismo, os príncipes fizeram uma confederação para protestar contra essa atitude.

Por isso o nome PROTESTANTES, ou seja, os seguidores da nova doutrina cristã. Por volta de 1550, muitos alemães já eram luteranos.

SUÍÇA

A Suíça, era uma região de próspero comércio e livre do Sacro Império.

A reforma protestante foi iniciada com Ulrich Zwinglio ( 1489-1531). Este era seguidor de Lutero. Suas  pregações estimularam a guerra civil entre católicos e reformadores, onde ele próprio morreu. A guerra findou com a Paz de Kappel, onde cada região do país tinha autonomia religiosa.

Depois, o francês João Calvino, chega a Suíça. Em 1536, publicou a obra INSTITUIÇÃO DA RELIGIÃO CRISTÃ. Ele pede proteção para os Huguenotes,ao  rei Francisco I.

Rapidamente suas pregações se espalharam e ele passou a ter controle sobre a vida política, religiosa e social das pessoas. Colocou uma censura tão rígida quanto à católica.

Sua doutrina baseava-se em:

» predestinação – o homem sendo dependente da vontade de Deus;
» sacramentos – o batismo e a eucaristia;
» condenação ao uso de imagens;

Calvino pregava  que a riqueza material através do trabalho era um sinal que a pessoa estava destinada à salvação. Por isso foi tão bem aceita entre os burgueses.

INGLATERRA

Na Inglaterra, foi o rei Henrique VIII que tomou a frente na revolução protestante. Essa tinha caráter político. O rei rompeu com a igreja por motivos pessoais.

Ele queria divorciar-se de Catarina de Aragão para casar-se com Ana Bolena. O motivo da separação: ele queria ter um herdeiro para o trono inglês.

O papa negou a anulação do casamento, porque Catarina era aparentada de Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Logo o papa não queria ter problemas com Carlos que era seu aliado. Por isso Henrique VIII rompeu com a igreja em 1534. publicou pelo Parlamento o ATO DE SUPREMACIA. Esse documento o fazia chefe da igreja, que logo mais ficou conhecida como Anglicana. O Papa o excomungou , e ele com rei confiscou os bens da igreja católica na Inglaterra.

Suas reformas só terminaram com Elisabeth I, sua filha com Ana Bolena.

Na verdade , as bases do calvinismo estavam misturadas aos dogmas católicos.

O resultado foi: a independência diante Roma, tendo um monarca como chefe da igreja e a continuidade de certos tipos católicos, como: a hierarquia eclesiástica.

CONTRA-REFORMA

Com a expansão do protestantismo na Europa, a igreja católica entrava em crise. Por isso foram necessários meios para frear a expansão reformista.

Por isso o Papa Paulo III, em 1538, junto com um grupo religioso produziram um documento, onde se fazia uma auto-crítica aos interesses materiais da igreja e ao comportamento imoral de muitos clérigos.

Em 1534, A Companhia de Jesus  foi fundada, seu idealizador foi Ignácio de Loyola. Esta ordem religiosa tinha a semelhança de um exército. Por terem uma obediência sem igual aos seus superiores e uma rígida conduta moral, os “soldados de Cristo”, como eram chamados os jesuítas possibilitaram uma reorganização no comportamento clerical.

O CONCÍLIO DE TRENTO

Em 1545, o Papa Paulo III , querendo modificar a igreja, convocou os membros do alto clero para uma assembléia. Onde o objetivo desse concílio era resolver os problemas da fé e eliminar vários atritos que levaram muitos a entrarem nas religiões protestantes.

Algumas das proibições foram:

» a venda de indulgências;
» a obrigatoriedade de se estudar em um seminário para se tornar um clérigo;
» a venda de cargos do alto clero;

Mas também foram reafirmados alguns dogmas:

» a salvação só pode ser através da fé e boas obras;
» celibato clerical;
» indissolubilidade do casamento;
» infabilidade da Papa;
» culto a virgem Maria e aos santos
» manutenção da hierarquia eclesiástica;

Foi neste Concílio que houve a reativação da Inquisição ou o tribunal do Santo ofício, para julgar e punir hereges, ou seja, aqueles que resolvessem questionar ou falar algo diferente dos dogmas católicos.

Para silenciar essas vozes, a inquisição usava do terror . com isso muitos foram condenados e executados. Também  nesta época foi criado o INDEX- uma lista de livros proibidos pela santa Inquisição, isto serviu para atrapalhar o desenvolvimento cultural e científico.

A contra- reforma foi mais  atuante em Portugal e Espanha. Com foram estes países que deram início a expansão marítima, a fé católica através dos jesuítas, foi levada as colônias nas Américas central e sul , enquanto o protestantismo foi para a América do Norte pelos ingleses.
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia021.asp.


 A Reforma Religiosa


Prof.º Leonardo Castro

O processo de divisão do cristianismo denominou-se Reforma e às novas igrejas, protestantes. A reação da Igreja católica ao protestantismo chamou-se Contra-Reforma.

Em suma, a vida desregrada, a opulência e o luxo do alto clero, a venda de cargos eclesiásticos, a venda de relíquiassagradas” e de indulgências (absolvição papal a pecados cometidos) transformaram a Igreja em alvo de contestações.


Venda de indulgencias, pratica católica combatida por protestantes. Ilustração do séc. XVI. Bridgemann art library.


A Reforma na Alemanha



A Reforma iniciou-se na Alemanha. A liderança coube ao frade Martinho Lutero, com suas pregações na Universidade de Wittenberg, na Saxônia, defendendo a doutrina da salvação pela fé. Em 1517, revoltado com a venda das indulgências, fixou as 95 teses, itens onde criticava o sistema clerical, a venda das indulgências e de cargos eclesiásticos.

Martinho Lutero aos 46 anos. Obra de Lucas Cranach, 1529.

A “Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências”, conhecida como “95 Teses”, desafiou a Igreja, a autoridade do papa e a utilidade das indulgências.

As 95 teses impulsionaram o debate teológico resultamdo no nascimento das tradições luteranas, reformadas e anabaptistas no cristianismo. Este documento é considerado um marco da Reforma Protestante.




Texto e Contexto


95 Teses de Martinho Lutero


“21. Erram os pregadores de indulgências quando dizem que pelas indulgências do papa o homem fica livre de todo o pecado e que está salvo.
33. Deve-se desconfiar daqueles que dizem que as indulgências do papa são um inestimável dom divino pelo qual o homem se reconcilia com Deus.”



A ação de Lutero foi em grande parte uma resposta à venda de indulgências por João Tetzel, um frade dominicano, delegado do Arcebispo de Mainz e do papa. O objectivo desta campanha de angariação de fundos foi o financiamento da Basílica de S. Pedro em Roma.


Em 1520, o papa Leão X, por meio de uma bula, intimou Lutero a se retratar. Lutero queimou a bula papal, sendo excomungado.


Em 1529, devido à expansão das idéias reformistas, Carlos V convocou uma assembléia, a Dieta de Spira, que decidiu tolerar a doutrina luterana das regiões convertidas. Contudo, o problema foi resolvido somente em 1555, com a Paz de Augsburgo, acordo segundo o qual cada príncipe tinha o direito de escolher a sua religião.

Em 1530, Lutéro escreveu a Confissão de Augsburgo, a doutrina luterana: fé como única fonte de salvação; supressão do clero regular, do celibato e das imagens (ícones); livre interpretação da Bíblia; submissão da Igreja ao Estado; manutenção de dois sacramentos: o batismo e a eucaristia.*
*(corpo e o sangue de Jesus Cristo estão presentes sob as espécies do pão e do vinho)

A Reforma na Inglaterra

Na Inglaterra, o líder da revolução protestante foi o próprio rei Henrique VIII. Henrique VIII rompeu com o papado porque pretendia desfazer seu casamento com Catarina de Aragão para casar-se com Ana Bolena, alegando querer um herdeiro para o trono.


Sendo este casado com Catarina de Aragão e estando apaixonado por Ana Bolena, Henrique solicita ao Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papado, Henrique faz-se proclamar, em 1531, protector da Igreja inglesa.


Henrique VIII rompeu oficialmente com a Igreja de Roma publicando, pelo Parlamento, o Ato de Supremacia (1534), por meio do qual se tornava chefe da Igreja na Inglaterra, mais tarde denominada anglicana. Excomungado pelo papa, o rei confiscou os bens da Igreja católica no país.

A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre os extremos romanos e puritanos. Assim aceitam os dois sacramentos do Evangelho: o Santo Batismo, através do qual a pessoa é feita membro da Igreja de Cristo, sendo que tal graça é complementada na Confirmação, e na Santa Comunhão, que une o cristão ao sacrifício de Cristo Jesus que os alimenta com seu corpo e sangue.





O Calvinismo


Na Suíça, região de próspero comércio, a Reforma protestante iniciou-se com Ulrich Zwinglio, seguidor de Lutero. Depois chegou à Suíça o francês João Calvino. Conquistando Genebra com suas pregações, Calvino adquiriu controle da vida religiosa, política e moral dos cidadãos da cidade.


Calvino admitia apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia e condenava a adoração de imagens. O culto em suas igrejas resumia-se simplesmente ao comentário sobre a Bíblia, eliminando as cerimônias pomposas.


Vivendo em uma cidade de mercadores, Calvino criou uma doutrina que alicerçava espiritualmente o capitalismo, estimulando o lucro e o trabalho, favorecendo a burguesia.



A Contra-Reforma

A expansão do protestantismo pela Europa fez com que a Igreja católica buscasse contê-la. Foi a Contra-Reforma.


Fundou-se a Companhia de Jesus (1534), idealizada por Ignácio de Loyola, a fim de combater a expansão protestante, com a difusão do catolicismo, através da catequização e a educação.


Em 1545, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento para estudar os problemas da fé. Porém, o Concílio reafirmou os dogmas cristãos, como o princípio da salvação pela fé e boas obras, o culto à Virgem Maria e aos santos, a existência do Purgatório, a infalibilidade do papa, o celibato do clero, a manutenção da hierarquia eclesiástica e a indissolubilidade do casamento.


Por outro lado, proibiu a venda de indulgências, criaram-se seminários para formar os eclesiásticos, impedindo a venda dos cargos.

Pelo Concílio, a Inquisição ou o Tribunal do Santo Ofício, foi reativado. Nessa época foi criado o Indéx, lista de livros proibidos pela Santa Igreja.




Conseqüências da Reforma Religiosa


• Enfraquecimento do poder político da Igreja Católica;


• Aumento do poder dos reis protestantes, que deixaram de sofrer as interferências do papa nos assuntos de seus países. Nos países católicos, aumento do poder real para defender a Igreja;


• Fortalecimento dos ideais burgueses, principalmente com a difusão do Calvinismo, que justificava o lucro;


• Difusão da instrução religiosa, pois os protestantes passaram a ler a Bíblia (traduzida para o alemão) e os católicos puderam aprofundar seus conhecimentos;


• Estímulo à participação dos fiéis nos cultos religiosos;


• Origem de conflitos entre católicos e protestantes, cada qual pretendendo aumentar sua influência. Na França, por exemplo, houve a Noite de São Bartolomeu (1572), ocasião em que mais de 30 mil protestantes foram mortos por católicos;


• Criação do movimento da Contra-Reforma, reação da Igreja católica à Reforma protestante. 

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