domingo, 2 de dezembro de 2012


1º ANO - História Antiga...http://historiademestre.blogspot.com.br/p/1-ano.html



Das cavernas ao Estado. A trejetória da Humanidade.

“No inicio tudo era o caos.”, “No começo dos tempos havia o nada”. Estas são frases com as quais podemos iniciar uma História. Exemplos das mais variadas formas de nos trazer o conhecimento histórico. A pergunta que não quer calar é: Afinal para que serve a História? Porque preciso estudá-la? As respostas para estas perguntas vêm provocando debates intermináveis e ainda não se chegou a um consenso (acordo), mas para você não ficar sem resposta eis o que penso a respeito.  
A História serve para nos ensinar, afinal de contas ter a possibilidade de adquirir conhecimento das diversas culturas de civilizações antigas e atuais é uma enorme contribuição ao aperfeiçoamento intelectual do indivíduo, mesmo que ter acesso a este conhecimento não interesse a alguns é papel da História disponibilizá-lo. Mais do que nos trazer conhecimento cabe a História instigar o senso crítico de cada pessoa. Formar cidadãos pensantes e críticos do contexto em que vivem, acredito ser uma necessidade de qualquer nação e a História se presta a executar esta missão.  
Contudo para entendermos melhor a maneira como a História nos disponibiliza este conhecimento é necessário possuirmos alguns conceitos básicos. Para tanto vamos aprender o conceito de fonte, registro e tempo histórico.
A água é essencial para a vida, disso nós sabemos. Desde os primórdios os grupos humanos peregrinavam em busca deste liquido precioso. As civilizações surgiram às margens dos rios. Assim como precisamos ir à fonte de água para saciar nossa sede a História precisa ir as “fontes” para viver.  
Fontes para a História são os documentos. Sem eles não haveria História. Uma definição ampla e bem interessante sobre fontes é a do historiador Lucien Febvre: “A História faz-se, sem dúvida, com documentos escritos. Quando os há. Mas pode fazer-se, deve fazer-se, sem documentos escritos, se estes não existirem. Com tudo o que o engenho do historiador pode permitir que seja utilizado para fabricar o seu mel, na falta das flores de costume. Portanto, com palavras. Com indícios. Com paisagens e telhas. Modos de campo e ervas daninhas. Eclipses da Lua e cabrestos. Peritagens de pedras por geólogos e análises de espadas de metal por químicos. Numa palavra, com tudo o que, sendo do Homem, depende do Homem, serve para o Homem, exprime o Homem, significa a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do Homem.”

Registro é a forma como as fontes chegaram até nós. São as variadas modalidades de documentação das atividades humanas e descrições de acontecimentos de uma forma geral. Das imagens das cavernas às telas dos Ipads, neste intervalo encontramos inúmeros exemplos de registros.

Tempo histórico refere-se ao processo que tem como agente transformador o ser humano durante o seu fazer histórico. Observe que apesar da História se apropriar das formas como medimos o tempo cronológico (calendários e datações) é necessário entender que o conceito de tempo histórico precisa ser compreendido, também, como um objeto de cultura, um objeto social construído pelos povos, como no caso do tempo cronológico e astronômico (sucessão de dias e noites, de meses e séculos). O calendário é o melhor exemplo para compreendermos o que chamamos de tempo cronológico. Você sabia que existem outros calendários, além do nosso o calendário Gregoriano (Ocidental)?. Eis alguns dos principais calendários:


Periodização da História.

Na Idade Média as “marcas” indicavam os limites de um império e serviam de referência para determinar as fronteiras territoriais. Dada a sua importância o rei nomeava um fidalgo para administrar esta fronteira que foram chamados de marqueses, aqueles que zelam pelas marcas. A História é repleta de divisores de águas. Eventos que costumam marcar mudanças radicais. São estas “marcas” que estabelecem os períodos em que determinados eventos de grande relevância determinaram o início ou fim de um ciclo. Assim a Revolução Francesa marca o início da Idade Contemporânea – a era em que vivemos atualmente.  Foi com objetivo de melhor sistematizar a História que elaboramos a Linha do Tempo Histórico, a divisão para fins didáticos em eras ou períodos assim compreendidos:





A pré-escrita (Pré-história) ]    Idade Antiga     ]     Idade Média  ]   Idade Moderna    ]    Idade Contemporânea.



A posse do Globo.

O povoamento do continente Americano provavelmente ocorreu através do estreito de Bering pelo qual foi possível a passagem da Ásia para a América, esta é uma das teorias mais aceitas, contudo existe outra possibilidade adicional de povoamento que aconteceu através de expedições marítimas conhecida como a teoria Kontik,a partir da Oceania atravessando o Pacífico o homem teria aportado no litoral oeste da América do Sul e caminhado para o interior do continente. Durante milhares de anos a expansão populacional foi ocorrendo, os grupos humanos foram se estabelecendo pelo continente. No Brasil presume-se que o povoamento ocorreu do interior para o litoral.   


No tempo das Cavernas - os antepassados da “terra brasilis”.

Ainda não se sabe com precisão quando os primeiros humanos chegaram ao território brasileiro e nem mesmo ao continente americano. Há algumas teorias, e todas provocam grande polêmica para tentar explicar de que maneira viviam os grupos humanos que antecederam o desembarque de Cabral. Apesar de desconhecer a escrita os antepassados dos índios deixaram evidencias valiosas que possibilitaram o estudo do seu modo de vida.

A cavalgada ancestral dos homens da pré-escrita (pré-história) está registrada nas paredes das cavernas espalhadas pelo mundo, no Brasil e especificamente na Bahia, na região da chapada Diamantina encontramos os vestígios da existência dos primeiros grupos humanos no território. Na sua obra “Escrito na Pedra”, Carlos Etchevarne traz importante estudo da representação rupestre existente em extensa área da
Bahia. As primeiras notícias sobre as gravuras rupestres estão nas Cartas do padre Manoel da Nóbrega quando aqui esteve em 1549, ocasião da fundação e construção da cidade de Salvador. Em 1758 Manuel Álvares da Rocha deixa o registro no mapa topográfico de grutas e lapas com inscrições nas paredes da rocha na região de Montes Altos no Sudoeste da Bahia. Posteriormente diversos estudos foram realizados sobre o tema. Embora não se possa identificar precisamente as circunstâncias que as pinturas foram produzidos admite-se sua utilização para representar diversas situações tais como; homenagens, rituais sociais e religiosos, fenômenos naturais, contagens, representar os animais e a natureza, etc. Enfim, deixa algumas pistas de como viviam estes grupos humanos. Em Lençóis, Ituaçu, Macaúbas, Morro do Chapéu, Gentio do Ouro, Utinga e Palmeiras são alguns dos locais da Bahia onde encontram-se registros pictóricos rupestres.  


Registro pictórico nas grutas da Bahia – localizado na Pedra da Figura – Utinga (Foto Carlos Etchevarne)
Dos Sambaquis aos índios.
Habitualmente acreditamos que os primeiros habitantes do território brasileiro foram os índios. Pesquisas arqueológicas recentes demonstram que a História não é bem assim. A etnia de origem dos atuais índios do Brasil datada entre o 1000 A.C. e o início da Era cristã foi a Tupi. Provenientes da América Central tornaram-se o grupo predominante, eram sedentários e conquistadores, destruíram ou assimilaram as primitivas comunidades coletoras e caçadoras que aqui viviam. Um exemplo desta característica conquistadora dos Tupis foi a destruição da Civilização das Conchas ou Sambaquis. O litoral sul do Brasil era povoado por populações primitivas cuja dieta era baseada em peixes e moluscos. O alimento era tão abundante que fixavam estes povos no local. Após comerem, deixam a carcaça dos animais ao chão. Com o passar dos tempos formam-se verdadeiras montanhas, os sambaquis, (palavra que significa “amontoado de conchas”) detritos sobre os quais os homens construíram suas moradas e depositaram seus restos mortais, tornando-se vestígios comprobatórios dos povos que habitavam no litoral do Brasil. 

DICA:
Aproveite a oportunidade e faça uma visita virtual a Caverna de Lascaux (França). Lascaux é um complexo de cavernas, famoso por suas pinturas rupestres muito bem conservadas e de refinada técnica de pintura. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens e felinos, permite pensar tratar-se de um santuário, criado há aproximadamente 17 mil anos atrás.  Estas pinturas ajudam a compreender, ainda que de forma limitada, a forma o cotidiano dos povos das cavernas. Suas cenas de caça e desenhos de animais desvendam a vida diária de uma cultura milenar. Então aproveite e faça uma fantástica viagem a 17 mil anos na História: VISITA VIRTUAL A CAVERNA DE LASCAUX
     

IMAGEM DE PINTURA RUPESTRE DA CAVERNA DE LASCAUX (FRANÇA) RETRATANDO CAVALOS .









Pintura Rupestre - Ritual com dança . Localidade de Serra Negra - município de Palmeiras (Chapada Diamantina) Bahia








Vamos descontrair um pouco!!  Descubra como viviam os povos da Idade do Ferro através deste jogo criado para testar as habilidades necessárias para sobreviver nesta época.(As instruções são em inglês).  Para começar a viver na Período das Cavernas clique em: JOGO IDADE DO FERRO






As Fases da Pré-História / Pré-Escrita

Antes de iniciarmos os estudos sobre as primeiras civilizações é importante abordar os períodos da pré-história/ pré-escrita.  A Pré-História corresponde a um período de 3,6 milhões de anos, ainda persistem dúvidas quanto ao seu início, mas convencionou-se que o seu termino aconteceu com o surgimento da escrita, há 4 mil anos. Visitando presencialmente ou virtualmente ( Visita virtual a caverna de Lascaux) os locais onde viveram os primeiros grupos humanos, institivamente surge a curiosidade em entender como viviam naquelas condições. É importante conhecer este período histórico, pois foi quando importantes mudanças tecnológicas transformaram a forma com que o ser humano se relacionava com a natureza a fim de compreendermos como foi possível o desenvolvimento das civilizações. 
De forma geral podemos definir 3 importantes períodos da pré-história/pré-escrita no que diz respeito ao aprimoramento dos agrupamentos humanos: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. Vejamos com detalhes cada um destes períodos para conhecer um pouco mais desta trajetória.

O Paleolítico é também denominado Idade da Pedra Lascada, corresponde ao período que vai de 4 milhões a 10 mil anos, aproximadamente. Neste período, os seres humanos eram nômades, ou seja, deslocavam-se de um lugar para outro em busca de alimentos. Viviam da caça e da coleta de alimentos. Alimentavam-se basicamente de frutos, raízes, peixes e pequenos animais. À medida que os utensílios foram se aperfeiçoando, passaram a caçar grandes animais.

O Neolítico é também denominado Idade da Pedra Polida, corresponde ao período que vai de 10 mil a 5 mil anos, aproximadamente. Neste período, a relação com o meio-ambiente mudou. O homem já não vivia só da caça, pesca e coleta. Passou a semear as terras férteis e a aguardar a época das colheitas. Surgiu, portanto, a agricultura e a criação de animais. Os seres humanos passaram a morar permanentemente num só lugar, tornando-se sedentário e geralmente as margens dos rios fixavam suas moradias.

A Idade dos Metais é o último período da Pré-História, corresponde a 6000 a.C. até 4000 a.C., aproximadamente. Este período se refere ao momento em que o ser humano adquiriu seus primeiros conhecimentos sobre a técnica de trabalhar com metais (fundir, ou derreter). A este processo se denomina metalurgia. O primeiro metal utilizado foi o cobre. Mais tarde, o homem descobriu a liga do cobre com o estanho, obtendo o bronze. Com o uso de forjas e foles, a metalurgia melhorou, atingindo o ferro.





As Primeiras Civilizações

Oriente Próximo



Os povos da Antiguidade Oriental – egípcios, mesopotâmicos, fenícios, hebreus e persas – desenvolveram-se, em geral, às margens dos grandes rios, região denominada Crescente Fértil, sendo dependentes das forças fluviais; por esta razão, são também denominados como civilizações hidráulicas, ribeirinhas ou de regadio.  Nessas “sociedades hidráulicas”, a distinção social começou a se fazer notar quando a luta pela posse das áreas cultiváveis levou a se defrontarem os camponeses, na posição de possuidores da força de trabalho, e os proprietários das terras, que delas se apoderaram e as mantinham invocando a proteção dos deuses e dos sacerdotes.  No Egito apesar do governo manter escolas públicas, estas formavam, em sua maioria, escribas destinados a trabalhar na administração do Estado Faraônico. Desempenhavam várias funções, como cobrança de impostos, fiscalização da vida econômica, organização das leis etc. Todo escriba sabia ler, escrever e contar.




Primeiras Civilizações
Mesopotâmia

A Mesopotâmia é uma antiga região do Oriente Médio (veja mapa acima), compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, e onde predominavam condições semelhantes ao Egito em função dos rios. Daí a origem da palavra Mesopotâmia: “Terra entre rios”. Atualmente a Mesopotâmia corresponde ao território do Iraque. Vários povos habitaram esta região (Sumérios, Acádios, Assírios, Hititas, Cassitas etc.) e fundaram diversas cidades-estado, sendo, portanto autônomas, independentes, política, econômica e religiosamente.  Com o enfraquecimento das cidades sumérias, a cidade de Babilônia conseguiu forças para se libertar dos governantes de Ur, tornando-se um centro comercial de grande importância, ao mesmo tempo em que dominava o trânsito pelo rio Eufrates. O rei babilônico, Hamurabi (1728 a 1686 a.C.), conseguiu impor sua hegemonia e se tornou o primeiro governante de toda a Mesopotâmia.


                Exemplo de escrita cuneiforme e sua evolução.                      Escultura suméria em ouro maciço.                    

O Legado Cultural da Mesopotâmia.

As pesquisas apontam que o primeiro sistema escrito da História foi elaborado pelos sumérios a 3.400 a.C. O Código de Hamurabi, primeiro código de leis que se conhece, com base na Lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”).  As escavações realizadas nas colinas da região forneceram subsídios de conhecimento por parte daquela civilização na matemática, astronomia e no campo do direito.  A escrita cuneiforme, isto é, com forma de cunha, segundo pesquisas foi criada pelos sumérios, mais por uma necessidade de controle do estoque de alimentos e arrecadação de impostos do que de ordem cultural. Os símbolos foram marcados com estilete, em tabletes de argila, exibem um estágio primitivo do sistema numérico babilônico que foi aprimorado posteriormente.  O desenvolvimento científico verificou-se com o aperfeiçoamento das operações matemáticas, além do início do conceito da Geometria Aplicada. Estudos de Astronomia, mapas estelares, divisão de ângulos, calendários de sete dias, divisão da circunferência em graus foram outras iniciativas dos sacerdotes, que praticamente monopolizavam a cultura da Mesopotâmia.  

CURIOSIDADES
Quer conhecer mais sobre a escrita cuneiforme e escrever como os babilônios? Visite o site da Universidade da Pensylvania (EUA) e saiba como ficaria o seu nome em escrita cuneiforme. Clique em:  ESCRITA CUNEIFORME


Respostas das questões do livro didático página 42:
Como a Guerra do Iraque prejudicou nosso conhecimento sobre os povos mesopotâmicos?
1- A guerra do Iraque provocou, além da morte de milhares de iraquianos, a destruição e roubo de muitos objetos produzidos por povos mesopotâmicos, provocando uma perda irreparável para o patrimônio cultural da humanidade.
Onde estava localizada e que povos habitavam a Mesopotâmia?
2- O território da Mesopotâmia localiza-se no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, onde encontra-se atualmente o Iraque, Kuwait, Síria e parte da Turquia. Embora fosse uma região desértica, com elevadas temperaturas, em torno dos rios formou-se uma planície com terras férteis e propícias à agricultura. Há milhares de anos, estabeleceram-se diversos povos, como os sumérios,acadianos, babilônicos, asírios, hititas e caldeus.
Qual a definição dos historiadores sobre as cidades-Estado da Mesopotâmia?
3- São chamadas de cidades-Estado porque eram autosuficientes e tinham autonomia política, ou seja, não estavam subordinadas a um Estado centralizado. O soberano de cada cidade tinha poder político, religioso e militar cuja influência restringia aos limites da cidade.
Quais as pricipais contribuições dos sumérios?
4- Graças aos solos férteis os sumérios ocuparam a região sul entre os rios Tigre e Eufrates. A fim de controlar as enchentes dos rios foram construidos diques e canais para irrigar as terras cultiváveis. A medida que  população crescia e diversificava as atividades profissionais foi necessário criar um sistema notarial/contábil para administrar os estoques e arrecadação de impostos. Desta forma surgiu a escrita cuneiforme a  primeira forma de registro escrito das atividades que se realizavam na cidade.
Que tipo de organização política substituiu as cidades-Estado na região da Mesopotâmia?
5- As diversas cidades-Estado foram unificadas em torno de um único líder político e religioso. Essa mudança deu origem ao primeiro império Mesopotâmico, que unificou leis, idioma e a política de várias cidades.

6-
Descreva como e o motivo pelo qual os sumérios criaram a escrita? 
7- A invenção da escrita foi resultado de necessidades práticas de registro de algumas atividades da população. Nos palácios e templos eram armazenados produtos agrícolas para o pagamento de tributos. Os sumérios criaram um sistema de anotações/contábil com símbolos em forma de cunha, daí o nome de escita cuneiforme, posteriormente estes símbolos foram se tornando mais abstratos passaram a representar sílabas que postriormente deu origem a escrita e aos alfabetos.

O que foi o Código de Hamurabi?
8- O Código de Hamurabi é considerado o mais antigo conjunto de leis da história das sociedades humanas. Criado pelo rei babilônico Hamurabi que sistematizou e ordenou todas as leis e sentenças pronunciadas no seu governo. Esse código também é conhecido como Lei de Talião (olho por olho, dente por dente)      
 
O monólito negro (imagem acima) no qual está escrito o código de Hamurabi, atualmente faz parte do acervo do Museu do Louvre, é um dos primeiros conjuntos de leis da Antiguidade. No detalhe da Stela do monólito retrata Hamurabi recebendo as leis das mãos do Deus Sol. A propósito, esta cena  é semelhante a passagem da Bíblia na qual Moisés recebe de Deus a tábua com 10 mandamentos. Seria uma adaptação feita pelo Cristianismo a lenda de Hamurabi ?

 

Egito – A Civilização Africana do Nilo.


Esta admirável civilização com mais de 4000 anos é o mais longo experimento humano de civilização (segundo Vercoutter). Detentores de um vasto legado: na religião, arte, ciências, política, economia e organização social, os fundamentos desta civilização africana foram a base das manifestações da civilização ocidental.  As margens dos rios encontramos o berço das civilizações. O grego Heródoto, considerado o patrono da História, dizia: “O Egito é um presente do Nilo”. 
Como foi possível florescer magnifica civilização em uma região de clima inóspito? Entre as respostas uma aponta às águas do Nilo que associada a inventividade humana permitiram em meio ao deserto africano o surgimento de um dos mais importantes impérios do mundo antigo. A existência desta civilização está intimamente ligada ao Rio Nilo e suas cheias periódicas que fertilizavam o solo depositando o húmus, tornando-o propício para o plantio e para o pastoreio. O salto civilizatório do Egito ocorreu quando as técnicas agrícolas foram assimiladas e possibilitaram a fixação dos grupos humanos à terra, da qual passaram a produzir o seu próprio alimento, tornando-se mais independentes e sem a necessidade de deslocamentos constantes em busca (função de coletor) de comida. A medida que as técnicas agrícolas eram aprimoradas como por exemplo a construção de diques, canais de irrigação e a utilização do arado outras habilidades foram desenvolvidas pelos egípcios, entre as quais está a confecção do calendário. A elaboração de um sistema de marcação do tempo foi para atender a uma necessidade prática, pois a fim de produzirem alimentos suficientes para abastecer à população era necessário estabelecer com precisão os períodos ideais para o plantio e a colheita da safra. Assim os egípcios desenvolveram um sofisticado sistema de datação, mesmo sem os modernos equipamentos tecnológicos da atualidade conseguiram elaborar um calendário com 364 dias, dividido em meses, dias e horas que serviu de base para os atuais calendários. A presença do Nilo é tão marcante na vida do Egito que as cheias contribuíram para o desenvolvimento da geometria e da matemática a medida que o alagamento das águas do rio destruía as marcações que separavam as propriedades tornava-se necessário todos os anos efetuar o trabalho de medir e calcular suas dimensões. A partir desta necessidade aprimoram-se os conceitos geométricos de ângulo e área, além das operações aritméticas. 
A escrita proporcionou um segundo salto civilizatório e seu uso contribuiu para demonstrar o aumento da complexidade da sociedade egípcia. Entretanto, segundo estudiosos, o desenvolvimento da escrita deu-se inicialmente mais pela necessidade de contar (contabilizar) do que para fins culturais. Os símbolos que formavam a escrita eram chamados de hieróglifos utilizados como fonogramas (fonemas) para representar o valor sonoro. Podiam ser lidos tanto da esquerda para a direita quanto o inverso e normalmente pessoas e animais sempre marcavam o início da palavra.
A história da civilização egípcia é dividida em dois grandes períodos: o pré-dinástico e o dinástico. 
O poder político e religioso estava concentrado na figura do faraó, em vida era considerado a personificação do deus Hórus na Terra. Esta forma de governo é denominada Teocracia. Em tese o faraó era o proprietário de tudo e todos, inclusive dos seus súditos. Comandante máximo do exército, juiz supremo e sumo-sacerdote do Egito, era o elo entre os deuses e os homens. A história política da civilização egípcia inicia-se com as cidades estados conhecidas como nomos e administradas pelos nomarcas (lideres locais). Aos poucos os nomos foram unificados e formaram dois reinos: o Alto Egito (representado pela coroa branca) e o Baixo Egito (representado pela coroa vermelha) cada qual governado por um soberano. Ao unificar as duas coroas Menés tornou o primeiro faraó ou como se dizia na época "o senhor das duas terras" iniciando a formação da primeira dinastia da civilização egípcia. Desta maneira ocorreu a centralização política e administrativa dos nomos ficando os nomarcas subordinados ao poder do faraó, facilitando o controle e organização da mão de obra na execução das obras públicas tais como construção de canais de irrigação, diques, melhoria da agricultura e formação dos exércitos. 
Contudo foi na religião que a civilização africana do Egito notabilizou-se. Constituindo-se em Estado Teocrático cujo representante das divindades na terra era o Faraó. De característica politeísta e antropozoomórfica (humanas e animais) os egípcios acreditavam na vida após a morte. Devido a isto notabilizaram na arte de mumificação, além de elaborado ritual de preparação para a passagem descrito no Livro dos Mortos. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração. O sepultamento possuía ritual e procedimentos escritos. As pirâmides foram construidas como os túmulos dos faraós. Abaixo escultura encontrada numa câmara mortuária, representando a barca da travessia. Uma alegoria que simbolizava a passagem para a vida eterna. Durante a cerimônia fúnebre eram feitas orações para o deus sol Rá permitir a admissão do morto na barca solar a fim de atravessar o sombrio caminho do DUAT e participar do ciclo eterno.

O coração do morto era pesado no Tribunal de Osíris.   A Barca de Rá simboliza a passagem da alma para o eterno  


Do alto destas pirâmides.
“Do alto destas pirâmides 40 séculos de história vos contemplam.” Esta frase é atribuída a Napoleão quando esteve em campanha militar no Egito. A arte funerária egípcia contribuiu para uma refinada técnica de construções monumentais. Os túmulos dos faraós eram as pirâmides. As mais famosas são as três que estão em Gizé, mas existem milhares de tumbas funerárias magníficas espalhadas pelo Egito. Ao morrer todos os pertences do faraó eram depositados junto ao corpo. Inclusive seus animais de estimação, alguns escravos e soldados.


As técnicas de mumificação não estavam restritas as pessoas, mas também aos animais como: gatos,peixes e aves.
Ao lado um trecho do livro dos Mortos, no qual eram descritos  procedimentos necessários para efetuar os rituais de passagem para a vida eterna.


Grécia - O Berço da cultura do Ocidente (Resumo)



Localizada na Península Balcânica, Europa. A civilização grega deixou importantes contribuições para a formação da cultura ocidental, que chegou até nós através dos europeus. Senão vejamos, foram os gregos idealizadores da cidadania, democracia, filosofia, geometria, teatro e jogos olímpicos.

A história da Grécia antiga é dividida nos seguintes períodos: pré-homérico, homérico, arcaico, clássico e helenístico.
O período Pré-Homérico. (2000 a 1200 A.C) - Nos primórdios da formação a Grécia foi habitada por povos indo-europeus. Os aqueus foram os primeiros. Possuíam estreitas relações com os cretenses, habitantes da Ilha de Creta, motivo que ajudou a formação da cultura micênica (nome derivado da cidade aqueia de Micenas). Séculos depois, chegam a Grécia outros povos : os jônios, os eólios e os dórios. Sendo estes últimos, os dórios, exímios guerreiros, conheciam e dominavam a fundição do ferro. Foram responsáveis pela destruição da cultura micênica obrigando a maioria de seus habitantes a fugirem, dando origem a primeira diáspora (dispersão) grega.          

O período Homérico. (1200 a 800 a A.C) - Este período recebe esta denominação devido a Homero, o pai da História, de cuja autoria são as mais significativas fontes históricas sobre a época: os poemas épicos da Ilíada - descrevendo a Guerra de Tróia - e o outro poema a Odisséia - que relata as aventuras do herói Odisseu (ou Ulisses) sobrevivente da guerra de Tróia. Lembram dos refugiados da primeira diáspora? Pois é, serão os fundadores dos genos - são pequenas comunidades agrícolas auto-suficientes que utilizavam o sistema de produção conhecido como coletivismo ou gentílico. Os genos eram compostos por membros de uma mesma família sob a chefia do pai, ou seja, uma sociedade patriarcal. Contudo, a disputa por terras cultiváveis devido ao aumento populacional destruíram o sistema gentílico ou coletivismo. As famílias mais poderosas se apoderaram das melhores terras,originando a propriedade privada, e muitas outras famílias se dispersaram para outras regiões fora da Grécia, ocasionando a segunda diáspora grega.

O período Arcaico. (800 a 600 A.C) - Com o surgimento da propriedade privada, alguns grupos ficaram com as melhores terras outros com as piores, mas a maioria sem nenhuma. Por este motivo começam uma série de conflitos entre os grupos sociais. Para lidar com as constates desavenças os proprietários de terra constituíram um tipo de irmandade ou associação as fratrias. Aos poucos as fratrias se uniram e formaram as tribos, que, por sua vez, agruparam-se em demos. Os demos organizaram-se e evoluíram para a pólis ou cidade-Estado (o conceito de cidade-Estado foi a principal transformação do período arcaico).
Por sinal, a palavra cidadania vem de cidadão ou aquele que mora na cidade e foi na cidade que os gregos adotaram o conceito de Cidade-Estado, cuja evolução deu-se a partir da pólis, e possuíam as seguintes características: governo autônomo, lei própria, moeda, organização social e economia local. Embora falassem o mesmo idioma e uma cultura comum não praticavam o conceito de país ou nação grega, tanto que eram constantes os desentendimentos e guerras entre as cidades-Estados. As principais cidades-Estados foram Atenas e Esparta.

Atenas foi conhecida como a cidade exemplo da Grécia antiga por sua cultura e prosperidade econômica. Localizada na região da Ática, devido a escassez de terras férteis os atenienses voltaram-se para a pesca, navegação e ao comércio marítimo. A educação ateniense é focada para formação de cidadãos. Porem, sua história é recheada de revoltas populares e instabilidade política devido a desigualdade social. A sociedade atenienses era composta de Eupátridas (grandes proprietários de terras) , os pequenos proprietários, camponeses, artesãos, comerciantes ou demiurgos , estrangeiros ou metecos e escravos. Nos primórdios Atenas foi governada por um rei - o basileu. Aos poucos os eupátridas (grandes proprietários de terras ) tomaram o poder e criaram o sistema de governo conhecido como Oligarquia (significa governo de poucos). Para tentar resolver sucessivas crises foram efetuadas reformas políticas. A primeira reforma foi efetuada por Drácon que redigiu as leis - até então orais, dificultando assim sua manipulação pelos eupátridas. Apesar de importantes as leis draconianas não resolveram as reivindicações populares, e outro legislador entrou em cena: Sólon que instituiu as seguintes mudanças: Abolição da escravidão por dívidas, libertou os devedores da prisão; determinou a devolução das terras confiscadas pelos credores eupátridas; institui o princípio da igualdade perante a lei e criou um sistema legislativo que dava mais oportunidades ao povo participar. Apesar das reformas, os conflitos sociais continuaram gerando grande instabilidade política, foi a oportunidade para Psístrato tomar o poder e instaurar um novo tipo de governo, a Tirania (ao contrário de hoje o termo não indica um governo opressor e sim governo tomado ilegalmente). Durante a tirania experimentou-se relativa estabilidade, após a morte de Psístrato, Atenas foi varrida por uma nova revolta popular liderada por Clístenes, conhecido como o pai da democracia. Clístenes efetuou uma série de mudanças que facilitaram a participação direta de todos os cidadãos atenienses nas decisões políticas. Esse tipo de sistema ficou conhecido como Democracia (governo do povo). 
COMO PODEMOS VERIFICAR A HERANÇA DA CULTURA GREGA EM NOSSO PAÍS. Importante lembrar que o conceito atual que temos de democracia é diferente do da época da Grécia antiga. Se no Brasil podemos escolher pelo voto quem ocupa os quadros políticos do governo, devemos isto aos gregos, mas a democracia da época de Clístenes não era igual a nossa. Atingia apenas os cidadãos, ou seja, os homens nascidos em cidade grega. Os demais componentes da sociedade, mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos. A democracia da antiga Grécia é de difícil aceitação numa concepção atual de democracia, pois tinha aspecto limitador, elitista e excludente pouco semelhante com o conceito moderno.


A outra importante cidade-Estado grega era Esparta, localizada no planície do Peloponeso, possuía uma economia agrária e chamava atenção pelo caráter militar de sua sociedade que direcionava a educação para formação de soldados. Os espartanos eram submetidos a uma rígida disciplina, ao completar 7 anos as famílias entregavam seus filhos ao Estado para a formação militar e,aos 18 anos, ingressavam no exército, tornando-se hoplitas (soldados). Os que nasciam com defeitos físicos eram descartados pelo Estado,conforme o costume eram jogados no precípicio. A estrutura social espartana era estratificada ou seja sem mobilidade. Os espartanos, periecos, hilotas compunham a estrutura social. Apenas os espartanos tinham direitos políticos e monopolizavam o poder. Os periecos eram os comerciantes e os artesãos. Os hilotas eram escravos de propriedade do Estado que cultivavam as terras dos espartanos.
A organização política de Esparta era a Oligarquia (governo de poucos).A estrutura de poder era composta dos seguintes orgãos: eforato, diarquia, gerúsia e ápela. O eforato, formado por cinco magistrados eleitos anualmente, era quem detinha o poder político na cidade. A diarquia, composta de dois reis hereditários que exerciam funções executivas e militares. A gerúsia composta por membros vitalícios responsáveis por elaborar leis. A ápela era a assembléia popular formada por espartanos maiores de 30 anos, tinha a função consultiva. 

Período Clássico. (Séc V - séc IV A.C.)
Foi durante esta fase que a Grécia atingiu seu apogeu. Atenas, com seu sistema de governo democrático, desenvolveu-se e expandiu-se para o mar através da prática do comércio. Sua política expansionista choca-se com os interesses de outra potência da época: O império Persa. A guerra para impor a supremacia marítima e comercial entre gregos e persas (ou medos) denominou-se as Guerra Médicas. Dividida em duas fases, no primeiro confronto os gregos conseguiram vencer o exército de Dario I, rei persa, na batalha de Maratona. Porem os persas não desistiram e no segundo confronto voltaram a atacar os gregos em 486 a.C. Nas raras ocasiões que as cidades-Estados gregas se uniam a Baralha de Salamina foi decisiva para vencer os persas. Receosos de uma nova investida persa, os gregos criaram a Confederação de Delos, formada pela união de várias cidades sob a liderança de Atenas. Responsável pela administração financeira da confederação, Atenas aproveitou-se da sua condição para utilizar os recursos em benefício próprio, desenvolvendo sua indústria e seu comércio. Em pouco tempo tornou-se a cidade mais poderosa da Grécia, com grande desenvolvimento cultural e econômico. Durante o governo de Perícles, Atenas atingiu seu poderio máximo. Perícles efetuou reformas para diminuir o desemprego realizando obras públicas. Contudo, os anos de ouro de Atenas despertaram as rivalidades entre as demais cidades e fez com que Esparta, incomodada com a posição de ateniense diante as demais cidades, liderasse a Liga do Peloponeso com objetivo de combater a Confederação de Delos. Este choque de interesses na disputa pelo poder entre Atenas e Esparta resultou numa guerra suicida, envolvendo todas as cidades gregas, conhecida como a Guerra do Peloponeso. No final desta a guerra Esparta sagrou-se vitoriosa, mas foi a Grécia quem mais perdeu. Em virtude da devastação causada pela guerra em muitas cidades abriu-se as portas para as invasões externas.   Período Helenistico. (400 a 200 A.C)
A guerra entre as cidades gregas resultou no fim da predominância de Atenas e teve início a de Esparta, que impôs governos oligárquicos em todas as pólis que faziam parte da Confederação de Delos. Porém a hegemonia espartana foi breve, em 376 a.c. foi derrotada por Tebas. As constantes guerras destruíram as cidades e desorganizaram o mundo grego. Empobrecidas e debilitadas, as pólis tornaram-se presas fáceis para o domínio da Macedônia - uma região situada a norte da Grécia, que pôs fim a 
autonomia das cidades-Estados gregas. Alexandre, o Grande, tornou-se rei da Macedônia, após a morte de seu pai Felipe II, empreendeu uma campanha de expansão da Macedônia a partir da conquista do Império Persa e dominar vastas extensões de terras que iam do Egito até a Índia.
Apesar de jovem, Alexandre, assumiu o trono com 20 anos, possuía um incrível preparo para governar. No seu reinado houve uma grande aceleração do comércio, aumento da urbanização e da mesclagem de valores da cultura grega com as dos povos conquistados. Esta mistura deu origem à cultura helênica.
Após a morte de Alexandre o império macedônico esfarelou-se e as disputas de poder entre os generais resultaram em guerras que resultaram no enfraquecimento das regiões que compunham o império. No século II a.C., a Grécia e a Macedônia foram convertidas em províncias da então nova potencia mundial: Roma.  
















Roma - Os Donos do Mundo  



Roma A civilização mais poderosa, mais duradoura da Antiguidade. Veremos o resumo da formação, expansão e o desmoronamento o último grande império da História Antiga.

Origens

Fundada no século VIII a.C., Roma resultou do encontro de 3 povos: os italiotas, os etruscos e os gregos que espalharam-se pela península Itálica (corresponde atualmente ao território da Itália) e formaram o que mais tarde chamaríamos de povo romano ou simplesmente ROMA. Desenvolveram um vasto império cujas leis, monumentos, táticas militares, instituições e cultura influenciaram grande parte do mundo ocidental. Esta influência romana ficou tão entranhada na cultura dos povos que viviam dentro das fronteiras do vasto Império a ponto de que na ocasião da queda de Roma ocorrida por volta de 476 d.C., acontecimento este utilizado pela historiografia como marca da passagem da Idade Antiga para a Idade Média, dizia-se que o fim do mundo estava próximo em virtude de que grande parte da população mundial nasceu, viveu e morreu sob a tutela romana e seu desmoronamento era considerado como apocalíptico.
versão mitológica da surgimento da cidade de Roma, narrada por Tito Lívio e Virgílio na obra Eneida, conta que os gêmeos Rômulo e Remo foram seus fundadores. Segundo a lenda, os dois irmãos, ainda bebês, foram abandonados num cesto e lançados no rio Tibre, mas graças a uma loba (chamada de Capitolina) que os amamentou, conseguiram sobreviver. Motivo pelo qual o símbolo da cidade de Roma (Cidade Eterna) é a loba amamentando Rômulo e Remo. Uma lenda romântica se não fosse escrita com derramamento de sangue, mais tarde os gêmeos já adultos tornaram-se pessoas admiradas a ponto de disputarem terras e poder entre seus pares, e como num enredo de tragédia grega com personagens latinos Rômulo mata Remo e torna-se o primeiro rei lendário de Roma. 
Entretanto a versão da historiografia sobre as origens de Roma é menos romantizada, provavelmente por volta do século VIII a.C os italiotas chegaram a região e agruparam-se em pequenas vilas, aos poucos as vilas foram crescendo devido ao aumento populacional, com a chegada dos etruscos que dominaram os italiotas e impuseram seus costumes e promoveram o desenvolvimento de habilidades como a execução de obras de construção de canais de irrigação e drenagem.
A história de Roma é dividida em três grandes períodos: Monarquia, República e Império.


Período Monárquico (753 - 509 a.C.)  

Nesta fase a sociedade romana estava segmentada em quatro camadas: patrícios, clientes, plebeus e escravos. Os patrícios eram ricos proprietários de terras, possuíam direitos políticos, detinham cargos públicos e eram a minoria da população. Os clientes eram plebeus adotados por patrícios, geralmente prestavam-lhes serviços e obediência. Os plebeus constituíam a maioria da sociedade, mas não tinham direitos políticos apesar de serem livres, eram os trabalhadores braçais (pedreiros, carpinteiros, agricultores, etc.) Os escravos eram considerados "coisa", podiam ser vendidos, trocados ou arrendados.
A economia era baseada na atividade agrícola e pastoril .                                                                           O poder político estava centralizada nas mãos do rei, escolhido através de assembléia popular (Comícia Curiata), o cargo era vitalício e acumulava funções de juiz, sacerdote e político. Entretanto o rei não tinha poderes ilimitados, o Senado (Conselho de Anciãos, uma instituição tipicamente romana formado apenas por patrícios) controlava e fiscalizava as ações do rei. Roma teve sete reis nesta fase e os dois últimos tentaram livrar-se do incômodo controle do Senado. Procurando garantir seus interesses, os patrícios promoveram a substituição da Monarquia pela República.               
    

Período Republicano (509 - 27 a.C.)

República significa "coisa de todos" (Res publicus) cujo conceito vem da Grécia, entretanto foram os romanos que operacionalizaram e formaram sua estrutura. Concebida com características elitistas, os patrícios moldaram no novo regime de acordo com seus interesses, eram os patriarcas das famílias   proprietários de terras que controlavam o Senado e tinham poder de voto na Assembléia, portanto eram os únicos que podiam votar leis. Entretanto, com o tempo, a plebe (formada por plebeus) conseguiram maior participação politica e ganhos sociais através das revoltas promovidas com esta finalidade.
A estrutura política da República esta ancorada em duas instituições: O Senado e a Assembléia. As funções executivas e jurídicas eram distribuídas aos ocupantes da Magistratura, uma espécie de ministério. A magistratura executiva principal era o Cônsul (consulado) era o responsável pela política interna ou externa. O edil eram o encarregados da limpeza pública e fiscalizarem o cônsul. O pretor tinham funções semelhantes aos atuais juízes. Os censores organizavam o recenseamento da população. Os questores eram os gestores das finanças e tributos.

As revoltas dos plebeus.                                                                                                                                                 
Durante a República os plebeus promoveram diversas revoltas com objetivo de alcançar direitos e melhorias  sociais. Apesar de ser a maioria da população e de ter a obrigação de pagar impostos e de alistamento militar, os plebeus não possuíam direitos políticos. A partir do século V a.C. iniciaram uma revolta ao retirarem-se de Roma, numa espécie de greve. Percebendo a cidade desprotegida e paralisada os patrícios concordaram em atender as reivindicações dos plebeus concedendo-lhes representação política através da figura do Tribuno da plebe (inicialmente com dois representantes e mais tarde aumentado par dez). Os tribunos tinham poder de voto e veto (impedir) e podiam ser procurados por qualquer plebeu que se sentisse injustiçado. Com o tempo os plebeus, após outras revoltas conseguiram adicionar outros benefícios, como a Lei das Doze Tábuas, a primeira compilação escrita de leis romanas cujo teor era composto de outras leis: 
* Lei Canuleia - autorizava o matrimônio entre patrícios e plebeus.
* Lei Licínia - proibia a escravidão por dívidas. 
* Lei Hortênsia - dava validade legal as decisões da Comícia Plebis. 
As Guerras Púnicas.     
Desde os primórdios a civilização romana empreendeu uma política expansionista e preocupou-se em organizar um grande exército, mas somente com a implantação da República foram criadas condições que favorecessem a uma atitude mais agressiva de expansão territorial. Em menos de duzentos os romanos conquistam grande parte da península itálica. Em 264 a.C. o choque de interesses entre romanos e Cartago (cidade-Estado fenícia localizada no norte da África) pelo controle do comércio marítimo no Mediterrâneo   deu início às Guerras Púnicas. No senado Catão, sempre que terminava seu discurso proferia a seguinte frase: "Delenda Cartago est" (Cartago deve ser destruída). 
Num total de três campanhas, a primeira Guerra Púnica durou 23 anos, o desenvolvimento naval romano foi determinante para a vitória sobre Cartago e anexação dos territórios da Sicília, Sardenha e Córsega. Na Segunda Guerra Púnica Roma conseguiu a duras penas deter e vencer o incrível exército, composto por centenas de elefantes, do general cartaginês Aníbal. A terceira Guerra Púnica terminou com a destruição total de Cartago. Agora o Mediterrâneo era o Mare Nostrum (nosso mar),  Roma imporia seu domínio marítimo comercial sobre toda região.

                                                                                                                                       







               
                   Roma consegue o controle marítimo do Mediterrâneo


Gravura representando a aniquilação de Cartago.

Trocando em miúdos após as Guerras Púnicas os romanos passaram a dominar grande parte da bacia Mediterrânea. Conseguiram arrecadar uma enorme quantidade de riquezas das províncias conquistadas, mas o impacto destas conquistas provocam repercussões na economia. Os escravos provenientes das regiões conquistadas formaram uma numerosa massa de trabalhadores concentrados na cidade de Roma. Os clientes foram duramente afetados pelas Guerras Púnicas visto que suas propriedades foram devastadas e posteriormente compradas à preços irrisórios pelos patrícios que tornavam-se cada vez mais ricos. Agora desprovidos de terras os clientes migram para as cidades em busca da sobrevivência, muitos se concentravam na capital que cresceu desordenadamente. Pobres e sem perspectivas de trabalho esta massa  de migrantes aumentam o foco de tensões sociais.    

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