História & Vestibular
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- Concílio do Vaticano II: Novos rumos para velhos dogmas
- O significado da produção de cacau na região amazônica no fim do período colonial - Livro
- Pagamento em espécie - Moedas de Troca na Amazônia
- D. Pedro II, quem explica?
Concílio do Vaticano II: Novos rumos para velhos dogmas
Posted: 29 Nov 2012 05:33 AM PST
O
Concílio Vaticano II tentou manter o catolicismo sintonizado com um
mundo que mudava vertiginosamente. Mas terá sido bem interpretado?
Até a década de 1960,
o padre celebrava a missa em latim e de costas para os fiéis. Neste
mesmo período, a Igreja Católica afirmou que a separação entre o Estado e
a religião era um fruto positivo da filosofia moderna. Estas e outras
profundas transformações abalaram alguns importantes alicerces em que a
Igreja de Roma se baseou a partir do século XVI, com o Concílio de
Trento (1545-1563). Era a crise da identidade tridentina, levada a termo
com a realização do Concílio Vaticano II (1962-1965), o maior evento
religioso do século passado, a 21ª grande reunião de bispos e alguns
religiosos de todo o mundo com o intuito de discutir os rumos que a
Igreja deve tomar.
A Igreja foi se
isolando e se fechando desde o século XVI, primeiramente como reação ao
cisma protestante, que adveio das inquietações teológicas de Martinho
Lutero (1483-1546), e, posteriormente, ao pensamento liberal e à
doutrina comunista. Tornava-se uma “fortaleza sitiada”, interpretando a
emergência da modernidade como um grande mal que se abatia sobre o
cristianismo. No século XIX e no início do XX, esta tendência foi
reforçada ainda mais com os papas Gregório XVI (1831-1846), Pio IX
(1846-1878) e Pio X (1903-1914), que lançaram inúmeras condenações
contra os principais elementos da cultura moderna, ficando conhecida
como ultramontana, “detrás os montes”, ou seja, referente àqueles que
estão aquém dos Alpes, com Roma e apoiando todas as decisões do Sumo
Pontífice. Porém, essa tendência passou a conviver com diferentes
movimentos no seio do catolicismo que, ao contrário, defendiam uma
Igreja capaz de dialogar com o mundo, mais aberta à participação do fiel
em suas atividades, e que respondesse de forma mais plausível aos
desafios do mundo.
Quando o Concílio
Vaticano II foi convocado, o mundo já estava bem diferente daquele dos
séculos anteriores: já vira duas grandes guerras, o surgimento do
nazifascismo, a emergência e a consolidação de Estados comunistas por
todo o mundo, a concretização das democracias liberais, o
desenvolvimento dos meios de comunicação, a liberalização moral, o
pluralismo religioso e a diminuição da influência das instituições
religiosas na esfera pública. O Vaticano II foi a resposta da Igreja aos
novos desafios colocados pelo novo mundo que surgia. Ou seja, uma
grande tentativa de atualizar a Igreja – realizar seu aggiornamento,
palavra em italiano que significa atualização, muito utilizada pelos
bispos e religiosos participantes do concílio.
Disponível em:
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O significado da produção de cacau na região amazônica no fim do período colonial - Livro
Posted: 29 Nov 2012 05:22 AM PST
A obra segue a trajetória da produção do cacau na Amazônia, destacando
como a Companhia do Grão Pará teve um papel essencial para o
desenvolvimento desta atividade comercial. O autor nos informa dos
primeiros contatos do colonizador europeu com o cacaueiro e sua
principal forma de utilização e beneficiamento, o chocolate, na América
Central e em alguns países da América Latina, apontando como o cacau foi
um elemento bastante significativo para o crescimento econômico da
Amazônia Portuguesa. Após a descoberta da Mesoamérica, o cacau passa a
ser comercializado em larga escala, principalmente na forma de bebida,
além de suas sementes serem utilizadas como moedas em transações
comerciais. Fala-nos ainda da negligência para com a área até o século
XVII e das origens da exploração do cacau no local, além das utilidades
dadas ao chocolate pelos europeus, como a prevenção de doenças,
propriedades fortificadoras e energéticas e outras. Apesar dos estímulos
governamentais à produção, o cacau silvestre imperava sobre o cultivado
até o início do século XIX, principalmente pelas despesas e problemas
com a mão-de-obra, visto ser o trabalho indígena, ainda predominante,
relativamente escasso e inseguro, seja pelo risco de deserção ou
hostilidade. Além disso, a precariedade do serviço marítimo era um fator
dificultador, uma vez que tornava difícil o acesso a novos mercados
consumidores, visto Portugal não ter adquirido inicialmente o hábito de
consumir chocolate.
Não obstante, a partir de 1725 tem início a alta do cacau amazônico, e
já em 1730 viria a ser o principal produto exportado pela região. É por
volta deste período que surgem com mais força as rivalidades entre
colonos e missionários. O então governador, além de resolver o conflito
com a expulsão final dos jesuítas, também tenta solucionar os problemas
antigos da produção de cacau (mão-de-obra e transporte), com a criação
da Companhia do Grão-Pará e Maranhão. a Companhia não parece ter
contribuído tão significativamente para o crescimento da produção do
cacau, relacionado mais à diminuição das exportações venezuelanas do que
a méritos propriamente seus, uma vez que o transporte marítimo
permanecia insuficiente e a qualidade do produto amazônico ser inferior,
visto o cacau manso nunca ter superado o cacau bravo. Mesmo assim, o
cacau parece ter sido responsável pela “colonização da Amazônia”,
principalmente a partir de Belém, onde encontrava-se o principal porto
da região. Esta colonização e possível crescimento, porém, não
significam necessariamente que a produção sempre rendeu bons frutos do
ponto de vista social.
Fonte: pt.shvoong.com
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Pagamento em espécie - Moedas de Troca na Amazônia
Posted: 29 Nov 2012 05:13 AM PST
Por mais de um século, as moedas vigentes na Amazônia colonial eram somente gêneros naturais, como cacau, cravo, algodão e gado
Alam José da Silva Lima
O Estado estava administrativamente separado do Brasil desde 1621, e era
formado pelas capitanias reais do Maranhão, do Pará e do Piauí, além
das capitanias privadas de Tapuitapera (Maranhão), Caeté
(Gurupi/Maranhão), Cametá (Pará) e Ilha Grande de Joanes (Ilha do
Marajó/Pará). Mas só a partir de 1640, quando terminou a União Ibérica e
Portugal recuperou sua independência da Espanha [ver artigo XXX na p.
34], começou a se desenvolver na região o costume da utilização de
gêneros naturais como moeda.
A capitania do Pará utilizava cacau, cravo, salsa e açúcar como moedas.
No Maranhão, utilizava-se o algodão em panos e rolos. No Piauí, a
principal moeda era o gado das muitas fazendas, que, além de abastecer o
mercado regional, seguia para outras capitanias do Estado do Brasil,
como a Bahia. Com essas “moedas” variadas eram pagos os víveres
necessários à sobrevivência dos moradores, os dízimos à Coroa, as
despesas com a defesa do Estado, militares, religiosos e a administração
colonial.
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D. Pedro II, quem explica?
Posted: 29 Nov 2012 05:24 AM PST
Monarca republicano, imperador cidadão,
abolicionista num país escravocrata, intelectual num mar de analfabetos.
Interprete-o a gosto
Lorenzo Aldé
Como é possível que uma das figuras mais marcantes e conhecidas de nossa
História permaneça associada a tamanhas contradições? Nem os mais
eficientes estudos e biografias são suficientes para desfazer essa
impressão: D. Pedro II é, sobretudo, um personagem incompreendido. Ou
compreendido apenas em parte. Juntar seus pedaços significa esbarrar,
sempre, em grandes enigmas.
Para as almas que só se aquietam diante de consensos, pode ser agradável
concluir que o imperador foi um governante querido e respeitado de
forma quase unânime em seu tempo. Mas sempre há quem conteste o
consenso. Em 1925, em meio aos festejos laudatórios em torno do
centenário de D. Pedro II, o ainda jovem sociólogo Gilberto Freyre
(1900-1987) fez uma conferência pública dedicada a demolir o mito. Em
suas palavras, o Império teria sido um “período melancolicamente
virtuoso”. Culpa do imperador, responsável por implantar entre nós uma
“ditadura da moralidade, com suas preocupações de marcar a lápis azul o
estadista que tinha amante, o senador que bebia, o político que jogava”.
Não é de estranhar que Freyre – cuja obra enalteceria a miscigenação
que forjou no Brasil uma cultura inédita no mundo – se incomodasse com
os modos excessivamente europeizados do imperador. Figura impávida e
inatacável, afeita mais às letras e às ciências do que ao contato
social, mais às leis e às normas do que às relações afetivas e
parentais, D. Pedro II contrariava a brasilidade festiva e manemolente
enaltecida por Freyre. Seus valores puritanos seriam alienígenas à
cultura nacional, como “um pastor protestante a oficiar em catedral
católica”.
Herança do Império
Enquanto o imperador valorizava alguns ideais republicanos, nossa República bebeu da tradição monárquica
Rodrigo Elias
A estátua equestre do marechal Deodoro, no Centro do Rio de Janeiro, dá
um ar triunfal à República de 15 de Novembro. Não é uma cena violenta: o
experiente militar não empunha espada nem está em batalha. Imponente,
acena para o povo com seu quepe. A base da estátua, verdadeiro colosso,
cria uma imagem sólida e perene para o regime. A consolidação da
República, entretanto, se deu de outra maneira.
Nossos dois primeiros presidentes foram militares. E nenhum dos dois era
republicano, em qualquer sentido que se possa atribuir ao termo. O
alagoano Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892), veterano da Guerra do
Paraguai, monarquista convicto e amigo do imperador, não pensava em
derrubar o regime – muito menos em ser presidente. Tratava-se, naquela
ocasião, de derrubar o gabinete liberal do visconde de Ouro Preto,
durante o contexto da chamada Questão Militar: republicanos que se
aproximaram de Deodoro espalharam a falsa notícia de que o ministro
ordenara sua prisão. Mas a decisão do líder militar de extinguir a
monarquia decorreu da informação de que outro político liberal, o gaúcho
Gaspar da Silveira Martins, seu inimigo pessoal (por um típico caso de
rabo de saia), assumiria o novo gabinete. Assim, por motivos nada
republicanos, decretou-se a República.
O primeiro desafio, portanto, foi fazer com que ela vingasse. A família
imperial foi banida (na calada da noite), uma Constituição redigida e
promulgada (em 1891) e, formalmente, instaurada uma descentralização
administrativa. Apenas formalmente: embora a Constituição assegurasse o
federalismo, os governos locais não podiam entrar em contradição com o
governo central. A República nasceu, na prática, sob ditadura militar.
Que o digam os que esboçaram oposição durante o segundo período
presidencial (1891-1894), sob a mão de ferro do marechal Floriano
Peixoto, alagoano como Deodoro: censura à imprensa, perseguição
política, prisões, execuções.
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