domingo, 2 de dezembro de 2012

Atenção vestibulandos! alguns resumos para vocês. http://historiademestre.blogspot.com.br/p/1-ano.html


quarta-feira, 28 de novembro de 2012


A Revolução Russa de 1917




Contexto.

Momento histórico de impacto mundial, a Revolução Russa marcou o fim de um dos últimos impérios de monarquias hereditárias e absolutistas do mundo no século XX. Através da revolução, o socialismo ascendeu pela primeira vez ao poder e a ideologia comunista passou a exercer profunda influência no cenário internacional e mesmo na vida interna das nações durante grande parte do século XX. O estudo deste processo revolucionário tornou-se importante para a História, em razão das representações e rupturas relacionadas com as mudanças na estrutura do poder político, sociais e econômicas. Em linhas gerias é considerada o modelo clássico de revolução proletária que destruiu a ordem capitalista e burguesa lançando os fundamentos do primeiro Estado socialista da história da humanidade, acontecimento este de grande relevância para a História. A partir de 1917, a Rússia caminhou no sentido de se transformar numa das mais importantes potências mundiais, adotando um modelo de Sistema Socialista que se opunha ao Sistema Capitalista. Criando condições de rivalizar com os Estados Unidos, o grande líder do mundo capitalista, no decorrer do século XX no contexto da "Guerra Fria".
Revolução Russa ou Revolução Bolchevique é a designação ao processo que, em dois momentos a partir de 1917, derrubou o governo imperial da Rússia e instalou o comunismo no poder.
O primeiro momento deu-se com a revolução de fevereiro, que promoveu a queda do czarismo e a instalação de um governo da burguesia, democrático e liberal, comandado pelo partido Menchevique.
segundo momento, com a revolução de outubro, marca o momento da tomada do poder pelos bolcheviques marxistas (do partido operário), início da história de um novo país que se chamou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) criada em 1921 e  durou até 1991, ano em que o Sistema Socialista desabou.

Como foi possível a Revolução?


No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas). Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar - governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia distoando do cenário de uma Europa em transformação. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com o governo do czar.

Pausa para curiosidade!  A palavra czar, que se pronuncia-se “tzar”, tem suas origens no título de césar que era concedido aos imperadores romanos, na Idade Antiga. Na Idade Média o título de czar era ostentado por búlgaros e sérvios que igual aos russos também pertencem ao ramo dos povos eslavos.

O Fime "O Encouraçado Potemkin" (1925) de Sergei Einsenstein tornou-se um cult ao retratar os antecedentes da Revolução Russa. Assista um trecho desta emblemática película. "O ENCOURAÇADO POTEMKIN"                             


Começa a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin (Vladimir IIlitch Ulianov). Os bolcheviques (que significa partido da maioria em russo) começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia. Ao longo da segunda metade do século XIX, a Rússia viveu uma crise profunda em conseqüência de fatores que exerciam influências recíprocas e divergentes sobre todos os setores da vida social e política do país. Vigorava no império um sistema político de monarquia autocrática que se chocava com o modelo econômico de capitalismo moderno, em que as relações de produção entrelaçavam-se com as do tipo feudal. Esses problemas se traduziam na baixa produtividade agrícola, que provocava freqüentes crises de abastecimentos alimentares, com fortes repercussões sociais, afetando tanto os camponeses como a população urbana. Havia insustentáveis desigualdades econômicas e sociais entre a poderosa e privilegiada classe de nobres proprietários de terras e uma imensa população de camponeses (grande massa de maioria analfabeta que até 1861 viveu em regime de servidão).
Lenin tomou para si a tarefa de adaptar a teoria fundamentada por Karl Marx e Engels (Marxismo) do século XIX à realidade da Rússia do século XX e provar que era possível,mesmo contrariando a Marx, uma revolução comunista num país como a Rússia no qual o capitalismo ainda engatinhava. Deste erro Lenin vai se penitenciar em 1921, reconhecendo que Marx estava certo. 
Em meio à Primeira Guerra Mundial, na qual a participação da Rússia era desastrosa, aconteceu a denominada revolução russa de 1917. O estopim do descontentamento popular contra o governo do czar foi a manutenção do país na Primeira Guerra Mundial. Foram os jovens soldados, mais do que os camponeses e operários, que promoveram a revolução democrática em 1917 e levaram ao poder o líder menchevique  Keresnsky.

Resumindo, a Revolução Comunista eclodiu num país "atrasado" da Europa, graças à combinação de uma série de fatores:
1- A crise econômica; pesados impostos; a fome que atingia grande parte da população;
2- Incapacidade administrativa dos Czares;
3- As derrotas da Primeira Guerra Mundial;
4- Grande desigualdade social existente no país.


"Todo poder aos Sovietes"
Apesar das espectativas o governo de Kerensky não retirou a Rússia da Guerra, fato que causou uma onda de greves, revoltas e disputas de poder. Nesse cenário anárquico, Lenin e seus seguidores, Stalin e Trotsky, reinvindicavam "todo poder aos sovietes" e lideram a rebelião que depôs Kerensky e colocam no poder o partido bolchevique. Assim deu inicio ao governo socialista dos bolcheviques, uma ditadura com partido único, porém a esta característica Lenin denominou de "ditadura do proletariado"  
Do Sistema de Produção Socialista - extraimos dois importantes conceitos que representarão as bases do Socialismo:
· Confisco de propriedades privadas: Reforma Agrária, ou seja, grandes propriedades foram tomadas dos aristocratas e da Igreja Ortodoxa para serem distribuídas entre o povo.
· Estatização da economia: Controle Operário das fábricas, isto é, O novo governo passou a intervir diretamente na vida econômica, nacionalizando diversas empresas que eram de propriedade privada.


A nova política econômica (NEP)
Em 1921, a situação econômica estava pior que antes da revolução. A Republica Federal Socialista e Soviética Russa (RFSSR), sofreu uma terrível redução de forças, mais do que qualquer outra grande potência, com a Primeira Guerra e, em seguida, com a revolução e a guerra civil. Sua população declinou de 171 milhões de habitantes em 1914 para 132 milhões em 1921. A perda de territórios envolveu também a perda de fábricas, ferrovias e fazendas produtivas. Os conflitos destruíram grande parte do que tinha restado. Nas cidades e nos campos havia fome e miséria. O campo não recebia fertilizantes, ferramentas nem roupas das cidades. Por sua vez, não produzia alimentos e milhares de pessoas morriam de frio, fome e epidemias.

Um passo atrás para para depois dar dois passos à frente.
No início de 1921, o poder bolchevique estava totalmente ameaçado. Reconhecendo a gravidade da situação, Lenin
(principal líder da Revolução Russa) declarou aos seus pares: "Nos equivocamos. Atuamos como se pudessemos construir o socialismo em um país no qual o capitalismo praticamente não existia. Antes de querer realizar a sociedade socialista, há que reconstruir o capitalismo".
A partir daí surgiu a Nova Política Econômica (NEP). Não se tratava de modificar a economia soviética. Eram ajustes de urgência, impostos pela gravidade da situação. Para aumentar a produção a qualquer custo, foram tomadas algumas medidas capitalistas, como a restauração da pequena e da média propriedade na industria alimentícia, no comércio varejista e na agricultura.
Na agricultura, substituíram-se as ilimitadas e odiadas requisições de gênero por um imposto em produtos. No setor industrial os resultados não foram muito significativos, apesar da adoção da liberdade salarial e de comércio.
A terra pertencia ao estado e era arrendada aos camponeses. Os mais ativos e influentes nas comunidades , chamados Kulaks, enriqueceram-se ainda mais. Por outro lado, muitos camponeses pobres faliram, por causa da inflação e da economia de
mercado, e foram para as cidades em busca de trabalho, agravando o desemprego.





Czar Nicolau II deposto e executado.    ...........Lenin -O líder Revolucionário.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (Resumo)



O CENÁRIO NA EUROPA ANTES DA GUERRA.
Podemos considerar que as principais causas da Primeira Guerra “Mundial” de 1914 a 1918 são de ordem econômicaOs impérios Europeus acirravam os ânimos entre si devido a busca de regiões ricas em matérias primas para suas indústrias e de mercados consumidores para os seus produtos industrializados. O choque de interesses entre as potências imperialistas se agravaram com a entrada da Alemanha (unificada em 1871) e da Itália na corrida imperialista. Alemães e italianos estavam insatisfeitos com a repartição do mundo colonial queriam uma redivisão dos territórios, embora o problema da perda terreno na disputa por colônias tenha sido causado pela unificação tardia destes dois paises.
Indiscutivelmente a Primeira Guerra do século XX foi motivada por fator de ordem econômica, no entanto, não foi o único. As raízes do conflito encontram-se nas rivalidades históricas reavivadas por disputas no século XIX, na Europa verificava-se uma situação de conflito de interesses que colocava frente a frente uma série de países.

Vejamos alguns desses atritos:

· Inglaterra X Alemanha: As duas maiores potências industriais da Europa disputavam os mercados mundiais com extrema tenacidade. A Inglaterra tinha a vantagem de possuir mais colônias na África e na Ásia;

· França X Alemanha: Ao unificar-se a Alemanha, anexou as províncias francesas de Alsácia e Lorena, ricas em ferro e carvão – base para a indústria. Isso estimulou um sentimento revanchista e anti-germânico nos franceses.

· França X Itália: Esses dois países disputavam a posse da Tunísia, na África.

· Rússia X Império Áustro-Húngaro: A Rússia era o maior dos países eslavos, e além de posicionar-se a favor da Sérvia na questão dos Bálcãs, ambicionava formar uma grande nação eslava sob seu comando.


A PREPARAÇÃO PARA A GUERRA

Anteriormente abordamos alguns dos motivos gerais (de ordem econômica e as rivalidades históricas) que contribuiram para a Primeira Grande Guerra do século XX, agora verificaremos os muitos atritos que envolviam as potências européias.
A insegurança provocada pelo clima hostil entre as potências, provocou uma verdadeira corrida armamentista preventiva, que ficou conhecida com a hipócrita denominação de Paz Armada. Isso quer dizer que os países procuravam incrementar seu poderio bélico (armamentista), imaginando escapar das investidas de nações inimigas. O antagonismo (interesses opostos) entre as nações provocou a formação de blocos de países preparados para um possível enfrentamento armado. Os blocos militares  ou alianças militares, formados a partir de então foram os seguintes:

A) TRÍPLICE ALIANÇA: A Alemanha e o Império Austro-Húngaro assinaram, em 1879, um acordo de ajuda militar mútua. Posteriormente a Itália, em represália pela invasão francesa à Tunísia, aderiu à Tríplice Aliança em 1882. Entretanto, posição italiana nessa aliança foi dúbia desde o princípio. De forma que, secretamente os italianos assinaram um acordo com o bloco rival em caso de guerra, recebendo como recompensa colônias na África.

B) TRÍPLICE ENTENTE: Inicialmente existia um acordo entre França e Inglaterra (Entente Cordiale), no qual a primeira reconhecia as pretensões colonialistas da segunda e esta se comprometia a ajudar a França, no caso de uma agressão alemã. Em 1907 a Rússia adere ao bloco. Formava-se assim a Tríplice Entente.

Importante ressaltar que para os dois blocos militares organizados prevaleceu a máxima: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", ou seja, os paises buscaram aliar-se com nações que possuíssem atritos com seus rivais.

Outro  importante atrito, a chamada Questão Balcânica, gerou o evento que desencadeou a Primeira Guerra, e merece um detalhamento maior. Desde a decadência do Império Turco Otomano, a região dos Bálcãs (tome como referência de local as imediações da Grécia) estava em crise. Resumindo, o quadro de crise política na região assim se apresentava:
- A Sérvia apoiava os movimentos nacionalistas eslavos na luta contra as pretensões da Áustria em anexar a região.
- A Áustria contrariava o plano de formação de um grande país eslavo sob a liderança da Sérvia; - O Império Russo pretendia ampliar sua influência na região e obter uma saída para o Mar Mediterrâneo;
- A Turquia, como ex-potência da região, se aproximou da Alemanha e da Áustria para impedir o avanço russo.

OPS lembrem-se!! Observem que as razões da Guerra Civil Iugoslava (entre 1991 a 2001) estão relacionadas com as divergências históricas entre sérvios, croatas e bósnios, e são anteriores a Primeira Guerra Mundial. Após a fragmentação da Iugoslávia em 1991 as divergências retornaram com foco na limpeza étnica em áreas de população sérvia. O ideal de criação da Grande Sérvia ainda é a percepção e principal meta para os sérvios. Em resumo a região ainda continua um barril de pólvora no século XXI.



Assim, percebe-se que a região balcânica era um verdadeiro barril de pólvora no começo do século XX. Como dizia na época: o inicio da guerra estava por uma centelha. Só faltava um pretexto para se atear fogo ao estopim nesse barril de pólvora. A fagulha ocorreu com o assassinato do herdeiro do trono austríaco, o Arquiduque Francisco Ferdinando.
Acaso do destino ou imprudência? Fico com a segunda opção. Resolveu o arquiduque visitar, no dia 28 de junho de 1914, Sarajevo, a capital da Bósnia. Esta atitude insensata do arquiduque Francisco Ferdinando é comparável a hipotética visita do presidente Obama ao Iraque nos dias atuais desfilando em carro aberto. Imaginaram qual seria o resultado??
Os assassinos de Francisco Ferdinando eram ligados ao movimento nacionalista sérvio, e, por isso, Áustria declarou guerra à Sérvia no dia 28 de julho do mesmo ano. A Rússia manifestou solidariedade à Sérvia, e a Alemanha declarou guerra à Rússia, no dia 1º de agosto de 1914. É a aplicação da máxima: "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", lembram!!! Este horizonte de eventos desencadeou o conflito entre os países membros das duas alianças militares, arrastando o mundo para uma das mais sangrentas guerras do século XX.

Os primeiros movimentos da Guerra.

Em 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte, invadiu a Bélgica. Na frente oeste, nos primeiros meses da guerra, a iniciativa coube aos alemães, que tomaram grandes extensões dos territórios belga e francês.
Na frente leste, o exército russo parecia vitorioso, conquistando parte da Prússia Oriental (atual território da Polônia, na época pertencente a Alemanha).

As Fases da Guerra.

Podemos caracterizar a fase inicial da guerra pela ocorrência de um frenético avanço de tropas conquistando territórios e pelo elevado número de mortos. Estas caracteristicas fazem parte da primeira fase da guerra denominada de Guerra de Movimento. Contudo, o expressivo número de mortos nesta fase foi a motivo para a adoção de uma estratégia mais defensiva que procurava não expor os exércitos em campo aberto visando preserva-los das modernas armas de guerra e assim inicia-se uma nova fase.
A segunda fase seria a Guerra de Trincheiras ou Guerra de Posições. Sem condições de manter o ritmo inicial, os exércitos alemães recuaram na frente oeste e retomaram os territórios na frente leste. Depois disso, tanto as forças da Entente como as da Tríplice Aliança mantiveram as posições e sem condições de romper as linhas das forças inimigas. Esta situação perdurou até praticamente o fim da guerra.
Em maio de 1915, a Itália declarou guerra à Alemanha e à Áustria, teoricamente seus aliados. Esta atitude da Itália foi oportunista, esperava lutando ao lado da França e da Inglaterra, obter territórios nas províncias rebeldes e na África.
O esforço de guerra começou a ser sentido pelas populações dos países em guerra. A falta de alimentos, de matérias-primas e as condições de trabalho provocaram greves, motins e levantes operários, principalmente na Alemanha.
Na frente de batalha, o quadro se modificou profundamente depois de abril de 1917. Submarinos alemães afundaram navios norte-americanos, provocando a entrada dos Estados Unidos na guerra.
Os Estados Unidos já forneciam armas, munições e alimentos aos aliados. Agora, o peso econômico-industrial “ianque” faria mudar o rumo do conflito, pois os alemães não tinham condições de materiais de continuar lutando por muito tempo. Entretanto, convém lembrar que a entrada dos EUA na guerra também se explica pelo fato de que se houvesse vitória da Alemanha, todo investimento estadunidense aplicado nos países da Entente durante os três primeiros anos da guerra estariam perdidos. A Revolução Russa corroborou para os Estados Unidos optarem em entrar no conflito. Em 1917 (outubro/novembro), a Rússia saiu da guerra, depois que os bolcheviques (Revolução Russa) tomaram o poder. Este acontecimento deu condições para que a Alemanha prolongasse sua permanência na guerra por mais de um ano. Em 1918, os aliados dos alemães abandonam a guerra deixando-os sozinhos. Na Alemanha, revoltas populares, levantes de soldados e marinheiros paralisavam a máquina de guerra. Exaustos no dia 9 de novembro de 1918, o imperador Guilherme II foi derrubado e substituído por um governo provisório (social-democrata), o qual assinou o armistício (suspensão do conflito) com os aliados. A guerra havia acabado. Em janeiro de 1919, começou a Conferência de Paz de Versalhes, que se encerraria em 28 de junho.
Os Termos da Rendição: Em janeiro, o presidente dos EUA, Wilson propôs os seus famosos “14 pontos” para uma paz mais justa. Contudo a intolerância e insistência da França e da Inglaterra em exigirem reparações, invalidaram a iniciativa do presidente dos EUA.

Numa conferência foi assinado o Tratado de Versalhes, que determinou o seguinte:
· Criação da Liga das Nações, para mediar diplomaticamente os conflitos internacionais. A Liga foi o embrião da ONU, porém, já surgiu com seus poderes pouco efetivos. Isso porque a Alemanha, responsabilizada pela guerra, a Rússia, abalada pela Revolução socialista e os EUA, discordantes do Tratado de Versalhes, ficaram de fora desse organismo;
· Estabelecimento de novas fronteiras. A Alemanha devolveu a Alsácia-Lorena para a França e cedeu territórios para a criação da Polônia como país independente. O território alemão ficou ainda dividido em duas porções pelo corredor polonês, para dar acesso ao mar à Polônia;
· A Alemanha perdia suas colônias e ficava obrigada a desmilitarizar e limitar o efetivo do seu exército a 100 mil homens e a desmantelar as fortificações fronteiriças;
· A Alemanha e seus aliados foram considerados responsáveis pela guerra e condenados a pagar pesadíssimas indenizações. As indenizações exigiram a entrega dos navios acima de mil toneladas e de diversos recursos naturais alemães à exploração dos países vencedores.

Evidentemente, essas imposições eram demasiado pesadas para que a Alemanha pudesse cumpri-las na sua integralidade. O presidente dos EUA, Woodron Wilson, insistentemente alertava aos líderes da Inglaterra e da França que uma rendição honrosa e viável para a Alemanha seria a garantia de uma paz duradoura, mas os teimosos líderes ingleses e franceses não acataram as recomendações de Wilson. Assim, os anos 20 foram tremendamente difíceis para a Alemanha, devido as imposições do Tratado de Versalhes, gerando um sentimento de frustração e revanche no povo alemão. Nos termos do Tratado de Versalhes encontramos entre outras as origens da 2ª Guerra Mundial.

Após as decisões do Tratado de Versalhes os EUA adotam uma política internacional isolacionista "dando as costas" aos países da Europa.

O Império Áustrro-Húngaro também foi penalizado no Tratado de Saint-Germain, que lhe tirou a saída para o mar e reduziu drasticamente seu território.

O Esfacelamento do Império Otomano e a crise entre palestinos e o Estado de Israel. 

Quando o Império Turco Otomano foi desmembrado, após a Primeira Grande Guerra, surgem novos países e diferentes povos. Um detalhe que normalmente passa desapercebido é que a desintegração do Império Otomano vai ser a semente das futuras desavenças entre palestinos e israelenses, bastante acentuadas após a Segunda Guerra Mundial. Síria, Monte Líbano, Palestina, Meca e Medina eram parte do Império Otomano, de população majoritariamente árabe e que professavam as seguinte religiões: o islamismo, o cristianismo e o judaismo. O controle 
destes territórios, então herdados do Império Otomano, coube à Inglaterra e a Françam que visavam resguardar seus interesses colonialistas e portanto ignoram sistematicamente as reivindicações árabes para formar países independentes. A Liga das Nações (um arremedo do que seria a ONU), em 1922, resolve dividir a região em mandatos (territórios) que seriam administrados por França e Inglaterra por períodos determinados.
Neste mesmo ano a Carta da Liga das Nações continha uma determinação que entre os objetivos do mandato inglês na Palestina estaria a criação de um território judeu e com a condição de não ferir os interesses da população não judaíca que habitava a região. Ao passo que os paises vizinhos conquistavam sua independência a Palestina mantinha-se sob o controle britânico. Paralelamente o movimento Sionista começa a organizar a migração em massa de judeus para a Palestina deslocando a força a população árabe existente a fim de estabelecer os assentamentos judaícos. Assim, iniciam os primeiros choques violentos entres árabes e judeus provenientes da Europa Oriental. Importante ressaltar que o conflito dos anos 20 não foram de natureza religiosa, mas política. A partir de 1936 eclodiram várias revoltas dos palestinos, duramente reprimidas pelos ingleses, contabilizaram aos milhares entre mortos e feridos e outros milhares de presos. O partido nacional palestino exigia já desde àquela época a formação de um governo palestino autônomo. Contudo sem conseguir manter a ordem na Palestina e incapaz de entregar um Estado aos judeus, sem ferir os direitos e causar revoltas dos palestinos, a Inglaterra entrega o mandato (território) a ONU. Esta era a constatação de que a política internacional inglesa havia fracassado.   

As mudanças geopolíticas.
   
No novo mapa europeu criado, a partir desses tratados, surgem novos países como Hungria, Polônia, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Finlândia. Fora da Europa, surgem regiões do espólio do Império Turco-Otomano que originaram os atuais países do Oriente Médio, tais como Jordânia, Síria, Líbano, Iraque.
No âmbito das relações econômicas e sociais, a I Guerra Mundial deu aos EUA a condição de maior potência econômica mundial. Os EUA entraram na guerra como devedores e saíram como credores. A Primeira Guerra Mundial trouxe também um nefasto saldo de algo em torno de 14 milhões de mortes. Pior do que isso, essa guerra, que antes de começar dizia-se que acabaria com todas as outras guerras, apenas acirrou ainda mais os ânimos dos países europeus, uma lamentável realidade que encaminharia a II Guerra Mundial, com danos ainda maiores.
Para saber mais clique no link: http://www.sohistoria.com.br/ef2/primeiraguerra/
O MAPA EUROPA ANTES DA 1ª GRANDE GUERRA


MAPA DA EUROPA APÓS A GUERRA DE 1914 A 1918.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


ROMA - Proprietas of orbis terrarum.



Roma (Resumão)   – Proprietas of orbis terrarum (Os Donos do Mundo)                             

                                                                         
Localizada na Península Itálica, Europa. Nenhuma civilização ocidental foi tão poderosa e por tanto tempo, quando a romana. Do idioma à organização política e jurídica o legado dos romanos é imenso. Ainda hoje, percorrendo as ruas de Roma podemos notar nas tampas dos bueiros do sistema de abastecimento de água a abreviatura SPQR, a mesma insígnia que estampava nos estandartes das legiões romanas nas batalhas (em latim Senatus Populus Que Romano, ou seja, Senado do Povo de Roma). O Senado era a instituição fundamental da política romana – centro do poder principalmente no período republicano -, foi daí que originou os atuais parlamentos (inclusive no Brasil).  

                     Gravura mostra a extensão do Império Romano durante o governo de Otávio Augusto.




OrigensA Lendária e a Histórica.
A fundação de Roma apresentava características míticas, segundo a lenda os gêmeos órfãos Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba, até que um pastou os encontrou e os criou. Já adultos Rômulo e Remo retomam o controle do Lácio e em troca recebem terras nas margens do Rio Tibre. A partir deste episódio iniciam fundação de Roma. Em uma disputa matou Remo e tornou-se o primeiro rei de Roma
                                                                                                                                                                                                                       A loba capitolina ainda hoje é o símbolo da Cidade Eterna


Entretanto pelas pesquisas históricas sabe-se que a região do Lácio era habitada por povos pastores que, para se defenderem de possíveis invasões, se estabeleceram nas colinas próximas ao rio Tibre. Sentindo-se ameaçados, os latinos se uniram sob a liderança de uma das aldeias, Roma. Roma foi dominando todos os povos da península, unificando-os sob seu poder. A partir daí, os romanos expandiram-se para fora da península.
Roma atravessou diversas fases Monarquia, República e Império.


A Monarquia (753 a.C. a 509 a.C.)


A monarquia teve início com a fundação da cidade de Roma, e Rômulo foi o primeiro rei. Segundo a tradição, Roma teve sete reis. Eles eram escolhidos pela Assembléia Curial e tinham o poder limitado pelo Senado.
Assembléia Curial: formada por cidadãos em idade militar (patrícios) que escolhiam os reis, além de fazer e votar as Leis.
Senado (ou Conselho dos Anciãos): um órgão consultivo que tinha o direito de aprovar ou não as leis elaboradas pelo rei.

Aspectos da Monarquia romana
A sociedade romana era formada pelos:
patrícios — eram os aristocratas, os grandes proprietários de terras, os únicos que podiam ocupar cargos políticos, religiosos e militares;
clientes - eram os plebeus apadrinhados dos patrícios aos quais deviam obediência, geralmente prestavam serviços não braçais 

plebeus — homens livres, mas considerados estrangeiros; não tinham direitos políticos. Eram pequenos agricultores, pastores, comerciantes e artesãos.
escravos — em número reduzido, originados dos povos conquistados eram considerados "coisa" (res).

Economia
Na época da realeza, a base da economia era a agricultura, além da atividade pastoril. A indústria doméstica (como a de armas e utensílios) bastava para as necessidades mais imediatas e toda a sua produção era dirigida para o consumo local. Como havia pouco excedente, o comércio era reduzido. Em 509 a.C., um choque entre o rei e a aristocracia provocou o fim da monarquia. O rei foi deposto por um golpe dado pelos patrícios


A República (509 a.C a 27 d.C.)


Com o golpe político, os patrícios implantaram na cidade de Roma o regime republicano. O Poder Executivo era exercido pelos magistrados, eleitos por um ano. Entre os diversos tipos de magistrados que existiam em Roma, destacam-se:

cônsules — em número de dois, comandavam o exército e eram os chefes dos demais magistrados. Em época de guerra, eram substituídos por um ditador, com mandato de seis meses;

pretores — cuidavam da Justiça;

censores — faziam o censo dos cidadãos, com base na sua riqueza;
questores — encarregados da arrecadação de tributos;
edis — responsáveis pela preservação, pelo policiamento e pelo abastecimento das cidades.

O Senado era o órgão que detinha maior poder, composto de senadores vitalícios. Eram suas atribuições: elaborar as leis, cuidar das questões financeiras e religiosas, conduzir a política externa, administrar as províncias, participar da escolha do ditador.
Sessão do Senado - Senadores eram representantes do povo de Roma.
As Assembléias eram em número de três:
Curial — examinava os assuntos de ordem religiosa;
Tribal — responsável pela nomeação dos questores e edis;
Centurial — composta pelas centúrias, grupos de militares encarregados de votar as leis e eleger os magistrados.

As lutas sociais na República romana

Na época da República romana, a plebe passou a exigir direitos políticos, o que provocou uma série de conflitos. Eles tiveram inicio quando, em 490 a.C., os plebeus formaram um exército próprio, retiraram-se de Roma e foram para o Monte Sagrado (o Monte Aventino).
Os patrícios necessitavam dos plebeus nas atividades econômicas e militares e, por isso, cederam às suas exigências, aceitando que tivessem representantes no Senado — seriam os tribunos da plebe. Os tribunos podiam vetar leis que considerassem contrárias aos interesses plebeus.
Mais tarde, os plebeus conseguiram outros direitos. Foram elaboradas as Leis das Doze Tábuas, as primeiras leis comuns para patrícios e plebeus. Em 445 a.C., passou a ser permitido o casamento entre patrícios e plebeus e foi abolida a escravidão por dividas.
Mas as lutas continuaram e, em 367 a.C., os plebeus conquistaram o direito de participar do consulado. A partir daí, passou a haver um cônsul patrício e outro plebeu. Em 287 a.C., a plebe, mais uma vez retirando-se para o Monte Sagrado, impôs aos patrícios que as leis aprovadas pela Assembléia da Plebe fossem válidas para todo o Estado romano — era o plebiscito ou decisão da plebe.


As conquistas da República romana - As Guerra Púnicas

Durante o período republicano, Roma, com um exército bem treinado e bem armado, conquistou inúmeras regiões, formando um grande império. As conquistas iniciaram-se pela própria península Itálica. Com suas legiões, os romanos, em aproximadamente 200 anos, dominaram os povos que viviam na região.
Para controlar o mar Mediterrâneo, os romanos tiveram de enfrentar Cartago, antiga colônia fenícia no norte da África. Os cartagineses haviam alcançado grande prosperidade e seu comércio era feito com diversos lugares do mundo conhecido. O senador Catão antes de iniciar seus discursos dizia “Delenda Cartao est” (Cartago deve ser destruída). As três guerras entre Roma e Cartago são conhecidas como Guerras Púnicas e duraram de 264 a.C. até 146 a.C. Neste ano, os romanos tomaram Cartago, escravizaram cerca de 40 mil pessoas e transformaram a cidade em uma província romana.
Continuando com a política de conquistas, Roma conquistou a Macedônia e a Grécia. Em 133 a.C., a península Ibérica foi dominada e, no século I a.C., os romanos tomaram a Bitínia, a Síria, o Egito e toda a Gália. Desse modo, o mar Mediterrâneo transformou-se no Mare Nostrum. Roma reunia sob seu domínio povos de culturas diferentes. As regiões conquistadas foram transformadas em províncias e eram obrigadas a pagar altos tributos a Roma.
Após as Guerra Púnicas os romanos conseguiram o domínio do comércio marítimo no Mediterrâneo.








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A Expansão Territorial de Roma.

Gradativamente, formaram um imenso império, transformando o mar Mediterrâneo num verdadeiro “lago romano", como eles diziam, o Mare Nostrum (Nosso Mar). Dotado de exército bem preparado e organizado os romanos iniciam as conquistas, seus soldados guardavam as fronteiras e sufocavam possíveis rebeliões. As legiões romanas eram formadas por cidadãos romanos e cada uma delas tinha 5 mil soldados, divididos em unidades as centúrias. Era através das guerras que Roma aumentava seu território e também a quantidade de contribuintes que pagavam tributos ao Estado. Os romanos exploravam os povos vencidos, extraindo riquezas de seus territórios (ouro, prata e outros metais) ou fazendo comércio com eles. Formou-se um impressionante sistema de estradas, com mais de 85 mil quilômetros. O transporte e o comércio também eram feitos por mar.
Não menos importante, era o grande fluxo de escravos para servir de mão de obra e distrair a população. Muitos escravos batalhavam pela vida nas lutas entre gladiadores nas arenas. O Coliseu era a mais famosa destas Arenas. Quando a situação política estava tensa, os líderes romanos convenientemente decretavam feriados e realizavam festas no Coliseu com distribuição de pão para o povo, era chamada política do Pão e Circo utilizada para desviar a atenção da população dos graves problemas.


Conseqüências das conquistas romanas

O Império Romano durou cerca de 700 anos, mas a civilização romana sobreviveu muito mais. O latim, falado pelos romanos, foi a língua escrita de todos os europeus educados até o século XVI. Da mistura do latim vulgar, falado pelo povo, com a língua dos povos de várias regiões conquistadas, originaram-se as línguas neolatinas. As principais são o francês, o italiano, o espanhol, o romeno e o português. Muitas línguas européias modernas, como o inglês, apesar de não terem se originado do latim, apresentam muitas palavras de origem latina.
As conquistas provocaram inúmeras transformações econômicas, políticas e sociais:
• enriquecimento dos patrícios, que se apossaram das terras dos pequenos proprietários, recrutados para o serviço militar;
• aumento do número de escravos. Os prisioneiros de guerra, reduzidos à situação de escravos, substituíram o trabalhador livre. Os desempregados do campo migraram para as cidades;
• formação de uma nova camada social, a dos cavaleiros ou classe eqüestre. Eram plebeus que enriqueceram cobrando impostos e fornecendo víveres ao exército e que ganharam autorização de explorar novas terras, ricas em minérios;
• empobrecimento dos pequenos proprietários, pois muitos produtos das regiões dominadas chegavam a um preço muito baixo, competindo com a produção local.


A crise da República

A República romana, após as conquistas, entrou em profunda crise, que marcou o seu declínio. Nesse período, destacam-se os seguintes acontecimentos: as reformas dos irmãos Graco, os governos de Mário e Sila e os triunviratos.


Os irmãos Graco – Os tribunos da plebe


Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos sucessivamente como tribunos da plebe, preocupados com os problemas sociais que se agravavam, propuseram reformas sociais:
• Tibério Graco, em 133 a.C., conseguiu a aprovação de uma lei que limitava o tamanho das terras dos aristocratas e autorizava a distribuição entre os pobres da área que ultrapassasse o limite estabelecido. Essa lei desagradou aos grandes proprietários de terras. Tibério e aproximadamente 500 de seus partidários foram assassinados.
• Caio Graco, em 123 a.C., retomou o projeto de reforma agrária. Conseguiu a aprovação de uma lei que aumentava a participação da plebe na administração do Estado. Também conseguiu que o preço do trigo fosse reduzido. Sofreu oposição dos grandes proprietários e suicidou-se. Seus seguidores foram perseguidos e muitos foram condenados à morte.
Os governos de Mário e Sila.
No período de 136 a 132 a.C., aproximadamente 200 mil escravos armaram-se e rebelaram-se. Muitos morreram, e a
maioria foi submetida por seus proprietários. Com o aumento da instabilidade política, diversos militares passaram a disputar o poder. Nessa época, Roma conheceu os governos militares e autoritários dos generais Mário e Sila.


• Mário defendia a camada popular. Diminuiu os privilégios da aristocracia e estabeleceu o pagamento de salários aos soldados, o que levou à entrada de pessoas pobres no exército.

• Sila substituiu Mário e defendia a camada aristocrática. Perseguiu a classe popular e restabeleceu os privilégios dos aristocratas.





Primeiro Triunvirato

Após a morte de Sila, dois generais, Crasso e Pompeu, foram eleitos cônsules. Crasso havia enfrentado e vencido uma revolta de 80 mil escravos liderada por Espártaco, e Pompeu tinha derrotado os partidários de Mário na península Ibérica.
Com o objetivo de diminuir o poder do Senado, Pompeu aliou-se a Crasso e Júlio César e os três tomaram o poder, instituindo o Primeiro Triunvirato. Pompeu ficou com Roma e o Ocidente, Crasso com o Oriente, e Júlio César era o responsável pela Gália. Após a morte de Crasso, Pompeu deu um golpe de Estado, conseguindo do Senado sua nomeação para o cargo de cônsul único. César, que estava na Gália, voltou para Roma, com o objetivo de enfrentar Pompeu. Após sua vitória, César foi aclamado ditador vitalício.
Governo de Júlio César
O governo de Júlio César caracterizou-se pela tentativa de reduzir o poder do Senado. Promoveu várias reformas: diminuição dos abusos na arrecadação de impostos, extensão do direito de cidadania a vários povos, construção de estradas e reformulação do calendário (adotou o seu nome para o sétimo mês do ano). O Senado, contrariado com seus poderes, armou uma conspiração e, em 44 a.C., Júlio César foi assassinado nas escadarias do senado. Segundo a historiografia ao notar que entre os seus assassinos estava o seu filho adotivo Brutus, Júlio César antes de morrer teria dito “até tu filho”.
Segundo Triunvirato
Contudo, no ano seguinte, os partidários de César organizaram um novo governo forte, o Segundo Triunvirato, formado por Otávio, Marco Antônio e Lépido. Os triúnviros dividiram entre si a administração do império: Otávio ficou com Roma e o Ocidente, Marco Antônio recebeu o Oriente e Lépido ficou com a África, porém foi deposto em 36 a.C.
Nesse mesmo ano, Marco Antônio foi para o Egito e envolveu-se com a rainha Cleópatra. Otávio declarou Marco Antônio inimigo de Roma e partiu para o Oriente, a fim de combatê-lo. Otávio saiu vitorioso, e Marco Antônio e Cleópatra suicidaram-se. Otávio assumiu o poder. Recebeu do Senado vários títulos, entre eles os de Imperador, César e Augusto. Iniciava-se, assim, o Império.

O Império (27 a.C. a 476 d.C.)
O imperador detinha poderes absolutos. Exercia o comando do exército e legislava por meio de editos, decretos e mandatos. Ao Senado restou a posição de conselheiro do imperador. Otávio, o primeiro imperador, governou de 27 a.C. a 14 d.C. Em seu governo:
• foi criada a Guarda Pretoriana (elite da tropa), com a função de dar proteção ao imperador e à capital;
• foi dado incentivo à agricultura, ao comércio e à indústria;
• foi organizado um novo sistema de impostos;
• foram construídas várias obras públicas, o que gerou muitos empregos para os plebeus.
A paz, a prosperidade e as realizações artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto, tanto que este período é conhecido como a “Pax Romana”. O século I, do qual fez parte o seu governo, ficou conhecido como o Século de Ouro da Literatura Latina, ou o Século de Augusto. Seu ministro, Mecenas, tinha grande interesse pelas artes e apoiou, entre outros, os escritores Horácio e Virgílio.


No governo de Otávio, nasceu na Palestina, uma das províncias romanas, Jesus Cristo. Posteriormente, seus ensinamentos começaram a ser difundidos em várias partes do Império, dando origem ao cristianismo.

Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do pão e circo. Distribuía trigo para a população pobre e organizava espetáculos públicos de circo para diverti-la.

Os sucessores de Otávio


Após o governo de Otávio, o Império Romano foi governado por várias dinastias que, em geral, levaram-no à instabilidade política, econômica e social.

Dinastia Júlio-Claudiana (14-68) — período marcado por conflitos sangrentos. O imperador Nero foi responsável por incendiar Roma e pela perseguição aos cristãos.
Dinastia dos Flávios (69-96) — os imperadores desta dinastia contaram com o apoio do exército, submeteram o Senado e governaram de forma despótica.
Dinastia dos Antoninos (96-192) — período considerado de apogeu. O império atingiu sua maior extensão territorial, acompanhada de prosperidade econômica. O comércio se desenvolveu e houve grande afluxo de capitais para Roma.
Dinastia dos Severos (193-235) — houve crises internas, fuga da população urbana para o campo, falta de dinheiro, inflação e pressão dos povos bárbaros nas fronteiras. O processo de instabilidade levou ao declínio do Império.

A implosão do Império Romano – A Crise do Império

Atribui-se como principal causa da decadência a crise no sistema Escravista. Habitualmente a pergunta que se faz é porque o Império Romano desabou. Contudo muitos estudos sugerem um outro questionamento mais intrigante: Como foi possível diante de tantas crises, Roma durar tanto tempo? Em verdade podemos colocar a seguinte cadeia de eventos para explicar sucintamente o fim do Império romano: Com o fim das guerras de conquista ocorreu a diminuição do afluxo de riquezas, paralelamente a diminuição da oferta de escravos, que se tornaram muito valorizados e assim afetou seriamente a economia visto que o trabalho escravo era o pilar de sustentação di sistema de produção econômica . Diversas tentativas fossem adotadas para resolver a crise mas não surtiram efeito, porém, era cada vez maior a pressão exercida pelos povos bárbaros (estrangeiros) nas fronteiras do império, quando em 476, Roma foi tomada pelos germânicos. Era o fim do Império Romano do Ocidente. O Império Romano do Oriente, também conhecido como Bizantino, duraria até 1453, quando foi dominado pelos Otomanos.
O Coliseu foi palco de espetáculos promovidos pelos imperadores para “divertir” o povo com a encenação das batalhas e  lutas mortais entre os gladiadores. Antes de entrar em luta os gladiadores dirigiam ao imperador a seguinte frase: Ave Cesar os que vão morrer te saúdam.  Nos primórdios do cristianismo muitos de seus seguidores eram lançados as feras na arena.



Cultura e legado – Conheça algumas criações dos romanos e a herança que nos deixaram em diversas áreas;
ARQUITETURA   Empregada para exaltar as glórias da nação, a arquitetura era a mais desenvolvida arte romana. Alguns elementos bastante utilizados eram os arcos e as colunas – de influência grega. Os romanos destacaram-se na construção de aquedutos, estradas, pontes, além de edificações de grande valor artístico, como o Coliseu e o Panteão em Roma.
DIREITOCom o idioma – o latim, que é a base de línguas atuais como o português, espanhol e italiano -, o direito é o maior legado romano. Dividido em civil, que regulamentava a vida dos cidadãos; Em estrangeiro, aplicado aos que não eram cidadãos; e o Natural, que regulamentava a vida de todos os habitantes de Roma, este é a base do atual sistema jurídico ocidental
LITERATURADurante séculos, a literatura latina era basicamente a grega. A partir do fim do período Republicano, no entanto, os autores romanos começam a produzir obras originais e importantes Escritores como Virgílio, autor de Eneida, os dramaturgos Plauto e Tito Lívio, que escreveu o patriótico História de Roma.
RELIGIÃOOs romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Essas divindades se tornaram muito semelhantes às gregas, após o contato com esta civilização. A pregação de Jesus Cristo, nascido numa província do Império, deu origem ao Cristianismo, cujos seguidores eram perseguidos. Com a conversão do imperador Constantino, em 313, a religião cristã ganhou força e apoio do estado, situação que permitiu o surgimento da poderosa Igreja Católica ao aproveitar a estrutura organizacional romana para estruturar-se.



Ruínas do Fórum Romano. Era o centro do poder do Império, local das decisões políticas e intrigas palacianas. Do legado deixado por Roma encontra-se os princípios do Direito Natural, base jurídica da maioria das nações ocidentais.

A divisão do Império


Ainda no século IV, os romanos assistiram às primeiras levas de bárbaros cruzarem as fronteiras do império à procura de terras para o cultivo e o pastoreio.

Teodósio, em seu governo, preocupado em melhorar a administração, em 395, dividiu o império entre seus dois filhos:

• O Império Romano do Ocidente, com capital em Roma;

• O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.

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