A governadores e prefeitos, Dilma propõe ‘cinco pactos em favor do Brasil’
Presidente sugeriu a convocação de um
plebiscito pela reforma política e penas mais severas para crimes de
corrupção entre as medidas para conter a onda de protestos no País
Luciana Lima
e Priscilla Borges- iG Brasília
presidente Dilma Rousseff propôs nesta segunda-feira,
na abertura da reunião com governadores e prefeitos, “cinco pactos em
favor do Brasil”. Entre as medidas para conter a onda de protestos pelo País
, a presidente sugeriu a convocação de um plebiscito popular que
autorize uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política e uma
nova legislação para classificar o crime de corrupção como crime
hediondo.
Essas medidas fazem parte do Pacto Nacional que o governo
federal quer estabelecer com as esferas estaduais e municipais para
melhorias urgentes em cinco áreas: política, saúde, transporte público,
economia e educação. “Esse assunto ( reforma política)
já entrou e saiu da pauta do País por várias vezes e é necessário que
tenhamos a iniciativa de romper o impasse”, disse a presidente ao propor
o plebiscito. Veja abaixo os cinco pontos citados por Dilma: Leia mais: Dilma anunciará ‘pacto pela menor tarifa’ em reunião com governadores
Dilma conduz reunião com governadores e prefeitos para melhoria dos serviços públicos
1 – responsabilidade fiscal -
apesar de ser uma proposta genérica, a presidente considerou essa parte
do anúncio primordial, diante da atual crise econômica mundial, para
garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação. "O pacto
que quero propor é pela responsabilidade fiscal para garantir a
estabilidade da economia.É muito importante nesse momento, quando a
prolongada crise mundial ainda castiga”, disse Dilma. 2 – plebiscito popular para a reforma política e combate à corrupção -
construção de uma ampla e profunda reforma política que amplie a
participação popular e os horizontes da cidadania. Para tanto, sugeriu a
convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um
processo Constituinte específico. Sobre o segundo item, Dilma sugeriu
uma nova legislação que classifique a corrupção dolosa como crime
hediondo com penas mais severas. A presidente também cobrou a
implantação plena da lei de acesso à informação; 3 – saúde –
acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs (Unidades
de Pronto Atendimento 24hs) e unidades básicas de saúde. Dilma voltou a
falar da contratação de médicos estrangeiros para trabalhar no SUS. No
entendimento do governo, a vinda de médicos portugueses, espanhóis e
cubanos para trabalhar no País seria uma forma de amenizar de imediato a
falta de profissionais que atinge principalmente as cidades do
interior.
O governo também avalia que o Brasil pode representar um
grande atrativo para esses médicos já que Portugal e Espanha amargam
crises de emprego devido à retração da economia mundial.Os três países
são considerados estratégicos também devido à proximidade lingüística.
Cuba é um país bem quisto por ter uma tradição em medicina de prevenção.
Também foi anunciada a ampliação de vagas nos cursos de
graduação de medicina e de especialistas (mais 11.447 vagas) e novas
vagas de residência (13.376) até 2017.
Para amenizar os ânimos em relação à classe médica
brasileira, o governo anunciará também nesta terça-feira a criação de
mais 2 mil vagas de residências médicas. A meta é ampliar para 4 mil
bolsas até 2014.O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já recebeu a
incumbência de detalhar o programa em uma entrevista coletiva marcada
para terça-feira. O ministro também aproveitará a entrevista para fazer a
primeira avaliação do Programa de Valorização do Profissional da
Atenção Básica (Provab), que já ofereceu 3.643 vagas a residentes que
aceitam trabalhar em cidades do interior.
Esse programa oferece incentivos para que médicos
recém-formados optem por trabalhar por dois anos em cidades do interior
antes de se especializarem. Para isso, o governo oferece um salário de
R$ 8 mil e a garantia de um aumento de 10% na nota em que terão em uma
futura especialização. O ministro também deve anunciar nesta terça um
programa de apoio a cursos de graduação.
O esforço do Planalto, no entanto, não surtiu efeito
junto à classe médica. Na quarta-feira, lideranças de entidades médicas
marcaram uma reunião em São Paulo na sede da Associação Médica
Brasileira (AMB) para discutir as medidas. Os médicos não descartam a
realização de manifestações e paralisações. 4 – transporte público -
Entre as medidas está o investimento de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas grandes cidades, conforme o iG
antecipou
. A presidente falou em mudar a matriz do transporte público, fazer mais
metrôs, VLTs (veículos leves sobre trilhos) e corredores de ônibuso
para "avançar mais rápido no transporte de qualidade". Dilma afirmou que
o governo está disposto a ampliar a desoneração de PIS e Cofins sobre o
óleo diesel dos ônibus e a energia elétrica consumida por metrôs e
trens. Cobrou ainda de governadores e prefeitos que fortaleçam esse
processo “com desoneração de seus impostos”.
Dilma anunciou a criação de um Conselho Nacional de
Transporte Público para maior transparência e controle social no cálculo
da tarifa de ônibus. E ressaltou a importância da criação de órgãos
semelhantes em municípios onde não há esse tipo de participação. 5 – educação –
mais recursos para a área. Dilma voltou a cobrar do Congresso a
aprovação de 100% dos royalties para a educação e e 50% do Fundo Social
do Pré-Sal para a área. A presidente já mobilizou a área de articulação
do governo para convencer os parlamentares a aprovar a idéia que
tramitam em regime de urgência, como antecipou a coluna Poder Online
. Reunião com governadores e prefeitos
Durante a reunião com os governadores de 27 Estados e prefeitos de capitais, Dilma anunciará o Plano Nacional para melhoria do transporte público
que incluirá R$ 3 bilhões em desonerações que atingiram impostos como PIS, Cofins, ICMS e ISS.
Dilma quer firmar com os governadores e prefeitos “um
pacto pela menor tarifa”. Entre as medidas previstas no plano estão o
investimento de R$ 50 bilhões em obras de mobilidade urbana e mais R$ 50
bilhões em infraestrutura. Além disso, o governo também anunciará
crédito suplementar para renovação de frota e também a revisão das
planilhas de contratações de serviços na área do transporte público.
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