Mais de 5 mil protestam no DF e invadem o Congresso Nacional
Manifestantes romperam o bloqueio policial e subiram no teto do Senado; polícia tenta conter o grupo, que começou a descer a rampa do Congresso meia hora depois
Em Brasília, mais de 5 mil pessoas, na sua
maioria estudantes, deram início nesta segunda-feira por volta das 17h a
partir do Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, a um protesto
convocado nas redes sociais. O grupo seguiu para a frente do Congresso
Nacional e a polícia perdeu o controle pouco depois das 19h, quando eles
conseguiram subir no teto do Senado. Foi um corre-corre, mas o protesto
se manteve pacífico e, meia hora depois, os manifestantes começaram a
descer a rampa do Congresso.
Em seguida, com o acesso liberado, os jovens
passaram a subir e descer a rampa, tranquilamente, ao lado dos
policiais, e alguns ficaram sentados no teto do Senado.
Às 18h, quando chegaram em frente ao Congresso,
os manifestantes ocuparam o canteiro central e gritavam: "E aí, Dilma,
cadê você?." Às 18h30, a manifestação começou a ficar tensa. Alguns
furaram a barreira policial e subiram a rampa do Congresso, de onde
foram tirados à força. Os manifestantes entraram no espelho d’água e,
atingidos por spray de pimenta, revidaram com água.
Por ordem da Polícia Legislativa, as luzes
internas do Congresso Nacional foram desligadas e jornalistas e
servidores passaram a trabalhar às escuras. Segundo informações de
funcionários da Câmara, o objetivo é dificultar a ação dos
manifestantes, que quebraram o vidro de uma das janelas da sala da
primeira vice-presidência e podem invadir o interior do prédio.
Leia mais sobre os protestos do fim de semana no DF:
A Marcha do Vinagre, como ficou conhecido o
ato, também protesta contra a PEC 37, que retira o poder de
investigação do Ministério Público, contra o projeto de lei sobre
terrorismo, contra a construção do estádio de Brasília e contra a
deterioração do transporte público e da saúde no Distrito Federal. A
página no Facebook tinha mais de 14 mil confirmações.
Quem fez a convocação foi Jimmy Lima, de 17
anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio. “A gente começou por conta da
Copa e cresceu por causa do que a gente viu em São Paulo”, disse o
estudante ao se referir à repressão policial na capital paulista durante
o quarto protesto do Movimento Passe Livre.
Um dos participantes do protesto é o veterinário Rodrigo Montezuma, de 44 anos, também estudante de direito. Ele disse que acompanha a filha, de 21 anos, e foi com ela esta tarde a uma reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Carvalho abriu diálogo com os manifestantes que participaram do protesto de sábado após a ação da polícia, que atirou balas de borracha e bombas de gás em frente ao Mané Garrincha na estreia do Brasil na Copa das Confederações. “O ministro garantiu que ia ligar para o Agnelo (Queiroz, governador do DF) para moderar na contenção da manifestação de hoje”, afirmou Montezuma.
Ele disse ainda que conversou com a OAB do DF, que prometeu dar um respaldo jurídico caso os manifestantes precisem. No último sábado, foram realizadas 29 detenções e, entre os presos, estavam dez menores de idade. “É um absurdo num país democrático como o Brasil tratar manifestante na bala de borracha. Eu fui falar com o ministro e com a OAB como pai que também participa das manifestações e incentiva a filha a participar”, disse Montezuma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário