segunda-feira, 17 de junho de 2013

Mais de 5 mil protestam no DF e invadem o Congresso Nacional

Manifestantes romperam o bloqueio policial e subiram no teto do Senado; polícia tenta conter o grupo, que começou a descer a rampa do Congresso meia hora depois

Nivaldo Souza - iG Brasília
Reprodução
Mais de 5 mil protestam no DF e invadem o Congresso Nacional
Em Brasília, mais de 5 mil pessoas, na sua maioria estudantes, deram início nesta segunda-feira por volta das 17h a partir do Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, a um protesto convocado nas redes sociais. O grupo seguiu para a frente do Congresso Nacional e a polícia perdeu o controle pouco depois das 19h, quando eles conseguiram subir no teto do Senado. Foi um corre-corre, mas o protesto se manteve pacífico e, meia hora depois, os manifestantes começaram a descer a rampa do Congresso. 
Em seguida, com o acesso liberado, os jovens passaram a subir e descer a rampa, tranquilamente, ao lado dos policiais, e alguns ficaram sentados no teto do Senado.
Às 18h, quando chegaram em frente ao Congresso, os manifestantes ocuparam o canteiro central e gritavam: "E aí, Dilma, cadê você?." Às 18h30, a manifestação começou a ficar tensa. Alguns furaram a barreira policial e subiram a rampa do Congresso, de onde foram tirados à força. Os manifestantes entraram no espelho d’água e, atingidos por spray de pimenta, revidaram com água. 
Por ordem da Polícia Legislativa, as luzes internas do Congresso Nacional foram desligadas e jornalistas e servidores passaram a trabalhar às escuras. Segundo informações de funcionários da Câmara, o objetivo é dificultar a ação dos manifestantes, que quebraram o vidro de uma das janelas da sala da primeira vice-presidência e podem invadir o interior do prédio.
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A Marcha do Vinagre, como ficou conhecido o ato, também protesta contra a PEC 37, que retira o poder de investigação do Ministério Público, contra o projeto de lei sobre terrorismo, contra a construção do estádio de Brasília e contra a deterioração do transporte público e da saúde no Distrito Federal. A página no Facebook tinha mais de 14 mil confirmações.
Quem fez a convocação foi Jimmy Lima, de 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio. “A gente começou por conta da Copa e cresceu por causa do que a gente viu em São Paulo”, disse o estudante ao se referir à repressão policial na capital paulista durante o quarto protesto do Movimento Passe Livre.
Nivaldo Souza/iG Brasília
Manifestantes participam de marcha até o Congresso Nacional

Segundo o coronel Gouveia, da PM do DF, 400 homens entre policiais, cavalaria e Tropa de Choque acompanham o protesto. Ele disse que acertou com os manifestantes que não haverá fechamento de via e que a marcha seguirá até o Congresso Nacional. Segundo a polícia, a marcha reuniu cerca de 1.500 pessoas.
Um dos participantes do protesto é o veterinário Rodrigo Montezuma, de 44 anos, também estudante de direito. Ele disse que acompanha a filha, de 21 anos, e foi com ela esta tarde a uma reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Carvalho abriu diálogo com os manifestantes que participaram do protesto de sábado após a ação da polícia, que atirou balas de borracha e bombas de gás em frente ao Mané Garrincha na estreia do Brasil na Copa das Confederações. “O ministro garantiu que ia ligar para o Agnelo (Queiroz, governador do DF) para moderar na contenção da manifestação de hoje”, afirmou Montezuma.
Ele disse ainda que conversou com a OAB do DF, que prometeu dar um respaldo jurídico caso os manifestantes precisem. No último sábado, foram realizadas 29 detenções e, entre os presos, estavam dez menores de idade. “É um absurdo num país democrático como o Brasil tratar manifestante na bala de borracha. Eu fui falar com o ministro e com a OAB como pai que também participa das manifestações e incentiva a filha a participar”, disse Montezuma.

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