Os povos da Antiguidade Oriental - egípcios, mesopotâmicos, fenícios, hebreus e persas - desenvolveram-se, em geral, às margens dos grandes rios, sendo dependentes das forças fluviais; por esta razão, são denominados também como civilizações hidráulicas.
Em termos geográficos as civilizações orientais ocuparam o espaço do Oriente Médio, marcado por planaltos e montanhas, clima seco e desértico, permeado por planícies férteis, como no Egito e na Mesopotâmia, que desenvolveram a agricultura, e as faixas costeiras do Mediterrâneo, onde predominaram as atividades marítimo-comerciais.
Devido às enchentes periódicas dos rios, a Mesopotâmia apresentou muitas dificuldades com respeito ao estabelecimento das populações, assim, somente as civilizações próximas aos rios é que puderam desenvolver-se mais, e foram bem sucedidas nos aspectos econômicos e culturais, desenvolvendo sociedades hidráulicas, o que instituiu, assim, um estado baseado na posse da água e na proteção divina.

As Sociedades Hidráulicas
As sociedades hidráulicas são conhecidas por serem aquelas civilizações cuja organização está relacionada aos ciclos das enchentes e secas de alguns dos grandes rios ou sistemas fluviais antigos.
Todas essas sociedades preocupavam-se em manter uma regularidade em relação ao período das chuvas. Para tanto, buscavam identificar o período das enchentes - que levavam fertilizantes para as áreas alagadas -, construir barragens e canais para direcionar as águas, estocar os excedentes para as secas, entre outras ações. Tais questões tornaram-se centrais não só na organização desses povos, como levou à formação de governos, burocracias civis e religiosas e estabelecimento de castas.
O Egito e a Mesopotâmia constituíram-se em duas civilizações que se desenvolveram com relações íntimas com os rios de seus respectivos territórios. Cada qual em sua região, a vida de suas comunidades foi toda planejada e dependente das variações de seus rios.