sexta-feira, 1 de março de 2013


Movimentos Messiânicos

O Movimento Messiânico de Pau de Colher e Caldeirão.

Ao abordar o tema movimentos messiânicos, Canudos é o primeiro nome que nos vem a memória. Tamanha foi a proporção que tomou através da divulgação do fato pela imprensa, pela literatura e principalmente pelos estudos dos historiadores. Porém, Canudos não está sozinho neste contexto, pois o messianismo foi uma característica muito comum na área rural do país e principalmente no nordeste brasileiro. Várias situações de conflito desta natureza aconteceram, envolvendo o poder constituído local, as forças militares, os beatos, líderes messiânicos e seus seguidores. 
O movimento sócio-religioso de Canudos, ocorrido entre 1896 e 1897, que ganhou contornos políticos, provocou uma guerra e resultou numa carnificina patrocinada pela política oligárquica do governo da república velha vitimando dezenas de milhares de pessoas, é o mais conhecido. Menos conhecidos e ainda pouco divulgados pela historiografia os outros movimentos nos moldes conselheirista ocorreram no sertão da Bahia e do Ceára. Trata-se dos episódios de Pau de Colher e Caldeirão localidades situadas respectivamente no município de Casa Nova região do médio São Francisco no Estado da Bahia e no municipio de Santa Cruz na região do Crato no Ceará cujo contexto político ocorreu na época .
Os movimentos que sacudiram a região da caatinga da Bahia e do Ceará também conhecidos como a Guerra dos Caceteiros (a denominação “caceteiros” se deu em razão de que os militantes do movimento destinados a fazer o trabalho de proselitismo se apresentavam armados de cacetes, pedaços de pau.) No início da reação armados de cacete é que eles enfrentaram as forças policiais e voluntários a serviço do Estado. Posteriormente muniram-se com as armas de fogo conquistadas ao inimigo no campo de batalha. Apesar de possuirem similitudes com Canudos e Contestado, o mais interessante são suas particularidades.

Contudo para entender o contexto destes movimentos é necessário conhecer o conceito de messianismo: O que é messianismo? 
Messianismo é um termo polissêmico que indica um tipo de evento construído por uma ação histórica e sócio-cultural, lastreado no pensamento de "salvação das almas". Segundo Rossi :      
Pode-se falar que uma das características fundamentais do messianismo é seu caráter de “salvação coletiva” em detrimento da salvação individual. A dinâmica do movimento envolve o grupo e não o indivíduo. Envolve a história de um grupo a partir de suas relações sociais e não a história de uma personalidade individual. E, por isso mesmo, é um movimento dinâmico; um movimento da força social que busca a transformação da terra não para um só homem, mas para toda a humanidade (2007, p. 10).

A Guerra dos Caceteiros - Caldeirão em 1936 e Colher de Pau em 1938.

A origem dos movimentos de Pau de Colher e Caldeirão está ligado a terra, ao latifúndio, característica que os aproxima dos movimentos de Conselheiro e Antonio Maria. "Outra  convergência em relação a Canudos era que os fazendeiros do Cariri não encontravam braços para o trabalho nas fazendas em virtude do êxodo em direção ao Caldeirão" (registra Ruy  Barcelar no seu livro) fato que provocava aumento dos custos em relação a mão de obra e evidentemente desagradava os coronéis. Portanto estas comunidades precisavem ser eliminadas assim como a exemplo de Canudos.
Contudo havia algumas características particulares. Canudos se diferencia dos demais movimentos nordestinos, pela quantidade de “sertanejos que mobilizaram, à extensão dos territórios que controlaram e, sobretudo, aos prolongados e sangrentos combates travados com as forças militares enviadas para exterminá-los” (QUEIROZ, 2005, p.140). Pau de Colher e Caldeirão tiveram combates mais curtos, porém não menos violentos. Outra diferença entre Canudos é em relação ao período da história política do Brasil, enquanto o primeiro foi no período da República Velha, Pau de Colher e Caldeirão ocorreram na Era Vargas, evidência de que o problema do acesso a terra constituia-se em permanência histórica não resolvida.  
Segundo o livro "De Caldeirão a Pau de Colher: A guerra dos caceteiros", do pesquisador baiano Ruy Bruno Bacelar, a experiência de Canudos se reflete sobre os movimentos menos conhecidos como Caldeirão e Pau de colher, o Estado elitista, tenta a todo custo apagar da memória e tem instrumentos, pois paga seus contadores de história tentando riscar da memória popular todo o vestígio desses movimentos. Utiliza como discurso padrão para justificar sua ação, normalmente violenta e repressiva, o combate ao "fanatismo, misticismo e religiosidade agressiva dos sertanejos".
"As elites preocupavam-se com o fato do Caldeirão vir repetir Canudos ou Contestado. As duas comunidades — na Bahia e no Ceará — tinham o mesmo objetivo, a mesma filosofia social de vida e de trabalho. Ambas surgiram na mesma época. As duas foram exterminadas numa ação do aparato do grande latifúndio, ou seja, polícia, igreja, vigarista político, imprensa e exército: "a chacina de Pau de Colher foi o mais brutal quadro da tragédia vivida no sertão baiano". Na serra houve execução sumária de prisioneiros, registra o livro.
"Os movimentos de Caldeirão, Chapadas do Araripe e Pau de Colher representam os três últimos grandes gritos de liberdade da gente do Nordeste contra latifúndios e burguesia que ainda hoje continuam no poder", diz o autor Ruy Bacelar.
Assim como Canudos, em 1887/1897, Caldeirão e Pau-de-Colher "devem ser vistos pelo lado sócio-econômico que também tinha sua força religiosa", opina o professor Aristides Braga. As elites e o governo quiseram contar a história desses movimentos sociais escondendo o seu lado objetivo, ou seja, a consciência de classe dos trabalhadores destituídos da terra, vítimas do sistema, e contrários a uma organização social arcaica e ineficiente, erguida nos moldes feudais.




Caldeirão

O povo sertanejo que seguiu para lá esperava a partida para uma terra prometida chamada Caldeirão que tinha o beato José Lourenço como líder. A penitência e o trabalho eram parte da rotina. Os penitentes tinham obediência a José Senhorinho que era chamado de padrinho. Apesar de outros beatos, era a ele que as pessoas pediam a bênção. José Lourenço, foi um discípulo do polêmico padre Cícero Romão, de Juazeiro do Norte.
Após a morte do padre em 1934, a localidade de Caldeirão ficou conhecida por sua prosperidade, pois tinha até um sistema próprio de abastecimento de água, passou a atrair muita gente. Em Caldeirão, assim como em Pau de Colher, todo mundo vestia preto, em sinal de luto pela morte do padre Cícero. Esta prosperidade do lugar começou a incomodar os coroneís e em 11 de setembro de 1936 foi bombardeada por um destacamento da Força Aérea. Este episódio foi inédito na História Brasil em que civis brasileiros foram atacados por uma força aérea do próprio País.


Pau de Colher.

O nome da localidade faz referência a uma árvore que os moradores utilizavam para fazer o apetrecho utilizado na cozinha. Pau de Colher está a 98 Km do município de Casa Nova na Bahia.
A visita do beato Severino Tavares ao local trouxe mudanças, pois passou a se constituir como refúgio aos que acreditavam nas palavras do beato. Severino dizia trazer a boa nova de Caldeirão, comunidade liderada pelo Beato José Lourenço, que se havia estabelecido no Ceará sob a influência de Padre Cícero, tornou-se um centro de referência para religiosos sertanejos. Foi quando, na localidade de Pau de Colher, passaram a habitar famílias que viviam sob rígidas regras de conduta moral e religiosa e uso igualitário da terra, como forma de fugir das mudanças que tomavam conta do mundo rural na época, como a lenta mecanização da produção e a migração para áreas urbanas, as quais acreditavam os líderes messiânicos fazer parte de uma deterioração moral e social. Os lavradores de Pau de Colher se reuniam para rezas diárias, bem como cultivavam víveres que eram distribuídos internamente e estocavam para os períodos de estiagem. No ano de 1938, a relação entre os moradores de Pau de Colher e das regiões vizinhas se tornou tensa. Em 1937, Severino Tavares retorna, após a destruição do Caldeirão foi a partir de então que os religiosos passaram a atacar aqueles que não compartilhavam de suas crenças, aos quais chamavam infiéis e impuros, e foram dizimados por forças policiais estaduais e federais.
Temendo uma nova sociedade tipo Canudos e apoiado pela imprensa e os políticos, o governo da Bahia, pede ajuda aos estados do Ceará e Pernambuco para destruir a comunidade. Na época, o próprio Presidente da República, através do seu Ministro da Justiça, Francisco Campos, intimou todos os interventores a extinguir a ferro e fogo todos os movimentos revolucionários e também o cangaço, na pessoa do seu chefe, Lampião. Conforme o livro "De Caldeirão a Pau de Colher", Getúlio Vargas usou a expressão, "acabem com eles a todo preço senão serão destituídos".(...)

Caldeirão, Pau de Colher  a resistência dos sertões nordestinos através dos  movimentos messiânicos.

Caldeirão, Pau-de-Colher, foram movimentos populares nordestinos que não alcançaram a mesma dimensão político e territorial de Canudos, mesmo considerando o longo processo de construção e consolidação da Comunidade do Caldeirão (1926-1936). A experiência traumática de Canudos, inclusive para as forças governistas, não permitiram esses movimentos populares alcançar tamanha dimensão. Não foi a toa à entrada no cenário de tensões sociais da figura do Padre Cícero, personagem religioso do sertão nordestino que transitava entre o poder oligárquico e os miseráveis do sertão cearense, gozando de grande influência como o Beato José Lourenço. Nesse sentido “para os camponeses nordestinos, o Beato era um líder carismático, um conselheiro, um homem dedicado ao trabalho e cheio de amor ao próximo” (RAMOS, 1991, p. 98).
Á historiografia crítica do Nordeste observa a paisagem dos sertões nordestinos naquele contexto,  ressaltando as contradições sociais e econômicas da região que serviram de esteio aos conflitos sociais, como, por exemplo, a concentração de terras nas mãos das oligarquias locais que se aproveitavam inclusive da seca e da miséria para oprimir e explorar. Na formulação de Celso Furtado sobre este cenário do sertão do Nordeste temos a seguinte explicação:
...a sociedade formou-se no âmbito das fazendas, onde poder econômico e poder político eram duas faces da mesma moeda e onde os aglomerados urbanos nada mais eram que prolongamentos das fazendas. Esse quadro de isolamento reforçava a situação de dependência do trabalhador rural em face do senhor de terra. (FURTADO, 1989, p. 22).
A concentração de terras associada ao fenômeno das secas reforçam a descrença dos excluídos da terra de qualquer saída que não fosse de natureza mítico-religiosa. A fé torna-se a força que mantinha em “pé” os  sertanejos e o elemento que propiciou o seu agrupamento em torno de promessas propagadas por homens como Antônio Conselheiro (Canudos), José Lourenço (Caldeirão), Senhorinho (Pau de Colher)Azuis), líderes carismáticos que reanimavam a religiosidade de um povo esquecido pela realidade mundana.
As motivações que permitiram, em lugares espacialmente distintos, o agrupamento de milhares de camponeses, índios e escravos recém-libertos em torno da crença na vida de um “messias” que trará aos homens um mundo de virtudes e justiça não significa dizer que se expressaram de forma similar. Os movimentos messiânicos Canudos e Caldeirão, por exemplo, se separam em um pouco mais de quatro décadas (1874 – 1920), porém ambos construíram uma extraordinária experiência de vida comunitária que rompia com a lógica social do sertão nordestino. Seus líderes, Antônio Conselheiro e o beato José Lourenço encarnavam as esperanças daquele povo e, com o trabalho coletivo construíram um “oásis” em terras castigadas pela seca, pela forme e miséria e, por isso mesmo foram violentamente esmagados. As justificativas, contudo, registradas nos documentos oficiais das épocas, inclusive, os jornais impressos propagavam motivações diferentes para a impiedosa chacina contra suas comunidades.
Conselheiro, líder de Canudos era acusado pelas forças republicanas como sendo um contra-revolucionário monarquista, divulgando, inclusive que o beato estaria armando a comunidade para derrubar a república recém instalada. O movimento republicano que destituiu a monarquia no país estava apoiado na elite agrária e, evidentemente, defendia os interesses das elites regionais. A comunidade de Canudos caminhava na contramão desses interesses e dos compromissos assumidos pelos republicanos. A natureza popular do Arraial de Canudos também se opunha as características das novas estruturas de poder nacional que recusavam qualquer participação popular e sua interferência na nova ordem. Começaria quatro expedições militares para exterminá-la. Em cada uma delas o exército republicano contou com a resistência da comunidade de Canudos, que ao final não resistiu, contabilizando 20 mil sertanejos mortos, entre homens, mulheres e crianças.
Já o Beato José Lourenço, líder da Comunidade do Caldeirão passou a ser associado, pela oligarquias e pelo poder local ao movimento comunista. No ano de 1924, ganha força o movimento tenentista, realizando levantes organizados contra as oligarquias e tendo como principal líder Luis Carlos Prestes. No final de 1925, a Coluna Prestes estava formada e partia para a região nordeste (Maranhão, Piauí e Ceará). Nesse percurso o movimento, liderado por Prestes buscava mobilizar os setores sociais locais marginalizados contra a hegemonia das oligarquias. Era o pretexto que precisava o poder local, a oligarquia local e o poder eclesiástico para fortalecer o apoio da sociedade contra a Comunidade do Caldeirão que, nesse contexto, não dispunha mais das mediações do Padre Cícero. A organização comunitária do Caldeirão era associada à versão comunista de vida societal propagada no mundo com a revolução russa de 1917.
Como nos lembra Figueiredo:
Outra acusação que lhe têm feito freqüentes vezes é a de adulterar o culto, ministrando-o com práticas fetichistas. È outro aleive que, em bem da verdade, precisa ser destruído. Tendo em uma de suas salas, que traz sempre fechada a chave, enorme quantidade de quadros de santos, entre os quais se notam diversas fotografias do padre – Cícero, - as parêdes quase completamente forradas por essa estranha tapeçaria, o beato cada vez que penetra nêsse compartimento, para ele sagrado, curva-se com a maior veneração (Itaytera, 1961, p. 117).
A propaganda ideológica e falsificadora da vida no Caldeirão abriu o caminho para as investidas do Exército contra a comunidade, culminando com a sua destruição e a morte de um número entre 300 e mil sertanejos que viviam no Caldeirão. Com as palavras de Cordeiro Neto (capitão), em entrevista no documentário menciona:
Severino Tavares era um penitente exagerado. Ele estava pregando a rebeldia. A primeira providencia foi mandar a ida de um agente aquele local, examinar e dá informações. Na viagem de retorno José Bezerra disse o seguinte: o governo vai tomar providencia imediatamente ou se não tornara um novo Canudos. [...] Todos decidiram ficar [...]. As coisas, realmente mandamos incendiar. Diante disso, não tinha nada a fazer, a não ser os últimos acontecimentos posteriores. Por outro lado, eu devo dizer que a memória estar viva. O que fez não tenho que me penitenciar. Achei que cumpri com meu dever e com a segurança pública. (Documentário de Rosemberg Cariri, 1986).
       

domingo, 9 de maio de 2010

Revolta da Vacina, Canudos e Favela

Qual a origem do termo Favela?

Em principio os três temas do título não parecem ter conexão com a pergunta, mas numa investigação histórica mais apurada encontramos o “elo perdido”.
Entre o final do século XIX e início do século XX, as autoridades higienistas preocupadas com os surtos epidêmicos que assolavam a capital federal do Brasil – Rio de Janeiro, apontavam para as péssimas condições sanitárias existentes nos cortiços e mocambos como o principal foco disseminador das doenças.
Por outro lado, as autoridades políticas sentiram-se pressionadas por integrantes da camada mais abastarda da sociedade que exigiam dos governantes ações eficazes para resolução das constantes epidemias que democraticamente também atingiam as elites.
O resultado desta conjunção de interesses científícos e políticos, ou seja, por um lado a justificativa científica dos médicos higienistas e por outro a pressão política das elites, descambou na contabilização da culpa pelas epidemias sobre os cortiços e mais precisamente sobre os hábitos repugnantes de seus habitantes: a camada pobre da população. Iniciava, assim a formatação de instrumentos legais para a política de extermínio dos cortiços e de expulsão das chamadas classes perigosas (pobres) da área central da cidade. Abrindo um precedente perigoso a políticos que apropriam-se de elementos de gestão científica aplicando-os à sociedade a fim de justificar atitudes impopulares no contexto de uma obscura intenção política. Esta engenharia social com bases científicas em determinado momento da História do século XX levaria o mundo a presenciar uma das maiores catástrofes - a Segunda Guerra Mundial -, mas em se tratando de Brasil, para nosso alívio, os fatos ocorridos aqui não chegariam a tamanha dimensão.
Imbuídos de uma notável “sensibilidade” a respeito do problema de saúde pública, começa uma verdadeira revolução urbana na capital do país. Demolição, despejo e violência policial sobre os moradores dos cortiços, as autoridades governamentais não mediriam esforços para colocar em prática a estratégia “política” de erradicação das epidemias mesmo que adotassem enérgicas medidas coercitivas.   
O exemplo ímpar deste tipo de medida foi a demolição do cortiço conhecido como Cabeça de Porco, um “valhacouto de desordeiros” na concepção das autoridades da época. O aparato montado para a expulsão dos moradores do local chamou a atenção tanto pela presença de várias autoridades no local como pela velocidade que foi executada a demolição do cortiço. No relato da imprensa da época a sanha destrutiva não comoveu-se diante do clamor das mulheres e do choro das crianças. Segundo um estudo de Lílian Vaz,  “num gesto magnânimo do prefeito do Rio de Janeiro - Barata Ribeiro, mandou facultar a gente pobre que habitava aquele recinto a tirada das madeiras que podiam ser aproveitadas em outras construções”. De posse deste material “generosamente” cedido pelo prefeito os moradores subiram o morro que existia nas proximidades e iniciaram a construção de pequenos casebres com os despojos da demolição dos cortiços. Poucos anos mais tarde, neste mesmo local, estabeleceram-se com a devida autorização dos chefes militares os soldados que combateram na campanha da Guerra de Canudos terminada em 1897. A localidade passou a ser conhecida como “Morro da Favela” em referência ao nome do acampamento dos soldados em Canudos. Favela é uma planta típica da caatinga nordestina. Com o passar dos tempos a comunidade do Morro da Favela cresceu e espalhou-se pelos morros da cidades outros assentamentos urbanos idênticos. Quando perguntavam aos moradores destas comunidades o local de sua moradia prontamente respondiam: "moro na favela."  
A Revolta da Vacina foi um movimento de caráter popular que aconteceu no Rio de Janeiro cujas raízes estão no processo da campanha de saúde pública realizada a força e a insatisfação da população pobre resultante do movimento chamado "Bota-abaixo" (derrubada de cortiços e casebres) desapropriando os moradores que sem opção deslocaram-se para os morros e bairros periféricos deixados de lado pela reforma urbanística. Sem se importar com a situação dos mais pobres, a imprensa da época alardeava o jargão: "O Rio civiliza-se".  Civiliza-se em relação ao que?  
    

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